O consumidor da região, ao longo deste ano, teve melhores condições de pôr à mesa produtos básicos como feijão, ovo, batata e cebola, que ficaram, na média anual, mais em conta do que em 2013. É o que aponta estudo realizado pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), com base em pesquisas semanais de preços nos supermercados da região.

Por outro lado, as carnes bovina de primeira (a referência, no levantamento, é o coxão mole) e de segunda (o acém), o pãozinho e frutas como a laranja e a banana pesaram mais no bolso da população do Grande ABC em 2014.

Na média do ano todo, o consumidor pagou 3,94% a mais pelo conjunto de 34 itens (entre produtos de higiene pessoal e limpeza doméstica e alimentos naturais e industrializados) que compõem a cesta básica – que custou, ao longo de 2014, na média, R$ 444,76, ante R$ 427,92 em 2013. A variação, inferior à inflação oficial, de 6,38% prevista pelos analistas financeiros para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2014, também é menor que o aumento médio anual da cesta no ano passado (que subiu 11%).

Em relação às quedas de preços, o coordenador da pesquisa, o engenheiro agrônomo Fábio Vezzá De Benedetto, cita que alguns produtos, como a batata e a cebola, tiveram fortes oscilações, tanto de alta quanto de baixa durante o ano mas, na média, o custo desses itens favoreceu o consumidor. Já o comportamento do preço do feijão, que foi o principal destaque em termos de retração (com diminuição média de 43,8% neste ano), chega a preocupar, afirma De Benedetto. Isso porque, se continuar no nível atual (de R$ 2,38 o quilo), pode haver desestímulo para o produtor continuar plantando esse alimento nas próximas safras, o que pode gerar redução de oferta e reajustes em 2015. Parceiro inseparável do feijão, o arroz subiu apenas 1% (para R$ 9,17 o quilo).

ELEVAÇÃO - A seca contribuiu para a elevação de preços da laranja e da banana, que encareceram, respectivamente, 31,48% e 26,35%, em média, neste ano. O primeiro item passou a R$ 1,79 e, o segundo, a R$ 2,71 o quilo. As carnes também sofreram aumentos por causa da estiagem, que reduziu as áreas verdes e elevou custos para a engorda do boi. A de primeira subiu 17,77% (para R$ 18,85 o quilo) e, a de segunda, 23,51% (para R$ 12,91). E, mais recentemente, o dólar em alta favoreceu as exportações, reduzindo a oferta no mercado interno, afirmou o coordenador da pesquisa.