Uma menina de 2 anos morreu, na tarde de ontem, após ser esquecida dentro do carro pelo pai durante a tarde inteira. A menina ficou no interior do Honda Fit das 13h às 17h, no estacionamento da Secretaria de Finanças, na Avenida Kennedy, em São Bernardo, local onde o pai, Rodrigo Machado, trabalha.

De acordo com informações fornecidas pela PM (Polícia Militar), Machado relatou que, por volta do meio-dia, foi almoçar na casa da mãe, onde buscou a filha única. Ela deveria ter sido deixada na escola de Educação Infantil Integração, na Rua Vinte e Três de Maio, cerca de 500 metros de distância da Kennedy.

Porém, o pai esqueceu da menina e foi trabalhar normalmente. Por volta das 17h, a mãe ligou para lembrá-lo de que ele deveria pegar a filha na escola. Ele se dirigiu normalmente para o local e, ao chegar lá, foi informado por uma funcionária de que não havia deixado a menina no dia de ontem.

Foi quando ele se deu conta de que a criança havia permanecido no carro durante todo o período. Segundo testemunhas, ele saiu correndo e encontrou a menina já morta. Ela estava em uma cadeirinha, no lado esquerdo do banco do passageiro, ou seja, atrás do motorista.

O Corpo de Bombeiros foi chamado para o resgate, porém, nada pôde fazer. A PM também foi acionada para prestar apoio. Todo o quarteirão em que a escola está localizada foi isolado e liberado por volta das 21h.

O pai ficou em estado de choque e precisou ser levado para o Hospital Anchieta para ser medicado. Segundo policiais militares que atenderam a ocorrência, ele estava muito abalado. Machado também relatou que a menina não estava indo às aulas nesta semana, mas não disse o motivo. A mãe, que chegou no local após o resgate, também precisou de medicação e foi levada para o mesmo hospital.

Diversos moradores da região e curiosos permaneceram durante todo esse tempo no local. Um deles era a mãe de uma criança que estudava na mesma escola da menina e conhecia os pais de vista. “Eles eram pais excelentes. Semana passada estávamos em uma festinha, e eles estavam alegres e comemorando, uma família linda. Isso foi uma fatalidade, quem conhecia sabe que nunca seria feito de propósito, nem em pensamento”, contou ela, que preferiu não se identificar.

Ela também relatou que Machado não costumava levar a menina na escola e aquele foi um dia atípico. “Quem trazia ela todos os dias era a mãe, ele praticamente não fazia isso.”

Os pais foram liberados e prestaram depoimento no 2º DP (Rudge Ramos), onde o boletim de ocorrência foi registrado. O pai estava com o braço totalmente enfaixado. Muito abalados, eles não deram entrevistas.

Até o fechamento dessa edição, o corpo ainda não tinha sido liberado do IML (Instituto Médico-Legal) da cidade. Não havia informações sobre o local e horário do velório e do enterro.