Economia Titulo Pessimismo
Pequena indústria prevê aumento do desemprego

Pesquisa aponta que inadimplência afeta resultados das empresas no Estado de SP

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
18/12/2014 | 07:30
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O pessimismo tomou conta de grande parte dos pequenos empresários do setor industrial neste fim de ano. Pesquisa encomendada pelo Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo) e realizada em novembro, apurou que, neste mês, a quase totalidade (94%) não prevê contratação neste mês e 58% deles consideram que o desemprego no Brasil aumentará durante o próximo trimestre. Os percentuais, em ambos os casos, são os mais altos já registrados pelo estudo, iniciado em março de 2013.

O levantamento aponta ainda que essa perspectiva negativa tem relação direta com as dificuldades trazidas pelo cenário econômico, com o alto endividamento e os juros em elevação: 47% das empresas sofreram calotes, também o mais alto índice já registrado desde março do ano passado. A inadimplência dos clientes, por sua vez, comprometeu a capacidade de pagamento dessas fabricantes: cerca de um quarto delas (25%) deixou de pagar alguma dívida, e, entre estas, 23% atrasaram o recolhimento de impostos.

Para dar continuidade aos negócios, a metade (50%) recorreu a formas de crédito para pessoa física: empréstimo pessoal no banco (13%), parentes e amigos (16%), empresas que fornecem crédito (6%) e o cheque especial (15%).

A situação é difícil e o pessimismo contribui para criar círculo vicioso, já que o consumo se retrai e as empresas não investem e não contratam por causa da expectativa de piora na economia, avalia o diretor da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em São Caetano, Fernando Trincado, que é empresário do ramo de confecções.

Trincado diz que em sua área de atuação a inadimplência vem crescendo e, como a margem de lucro é apertada no setor, qualquer cliente que não paga contribui com a demora para a recuperação da rentabilidade.

De acordo com o levantamento do Simpi, 33% das pequenas indústrias preveem queda na margem de lucro nos próximos três meses.

CÂMBIO - O presidente do Simpi, Joseph Coury, cita que um dos poucos motivos para ter expectativa de melhora nos negócios em 2015 se deve à taxa cambial, com a elevação do dólar para faixa de R$ 2,70. “O produto nacional fica mais competitivo”, diz.

Para o dirigente, junto com o real mais desvalorizado, se o governo federal elevasse a taxação sobre os importados, ajudaria os pequenos industriais na concorrência com itens fabricados no Exterior, que pagam menos impostos em seus países de origem.
 




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