Economia Titulo Impasse
Funcionários da Karmann cruzam braços pelo 4º dia

Sindicato pode realizar assembleia hoje para definir
como será reivindicação contra falta de transparência

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
18/12/2014 | 07:11
Compartilhar notícia
Orlando Filho/DGABC


Os trabalhadores da Karmann Guia entraram no quarto dia de paralisação dentro da fábrica, em São Bernardo. Hoje, eles pretendem realizar assembleia, com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, para definir os rumos da mobilização. Mas até o fechamento desta edição não havia confirmação da reunião. Eles reivindicam a falta de transparência dos administradores da empresa em relação ao pagamento do adiantamento salarial, que era previsto para o dia 15, segunda-feira, e não saiu.

Segundo alguns funcionários que preferiram não se identificar, a empresa mantém apenas uma linha de produção, da estamparia da porta de um veículo da Fiat. O sindicato reconhece que a companhia passa por dificuldades financeiras, mas está de acordo com a reivindicação dos trabalhadores. A entidade explicou, por nota, que a empresa avisou apenas às 14h da segunda-feira que o adiantamento não sairia. E, mesmo assim, ainda pagou cerca de 40% do valor para poucos funcionários.

Pela legislação brasileira, as empresas não são obrigadas a pagar o adiantamento salarial. “Mas, se houver previsão em convenção coletiva, (a empresa) é obrigada a pagar na data, normalmente até o dia 20”, explicou a sócia-proprietária da Pavanello Contabilidade, Fernanda Diane Pavanello.

Segundo o sindicato, a Karmann Guia pertence ao Grupo 3, que tem convenção coletiva estabelecendo adiantamento salarial no dia 20. “Mesmo sabendo que a fábrica está em situação delicada, os trabalhadores não aceitaram a falta de transparência de não pagar no dia prometido”, observou a entidade.

Os funcionários ouvidos pela equipe do Diário reclamam, ainda, que vários estão com os depósitos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) atrasados em mais de três anos.

O sindicato alertou também que a primeira parcela do 13º salário, que deveria ter sido depositada nas contas dos cerca de 500 funcionários no dia 28, foi creditada apenas no dia 5. Nenhum porta-voz foi encontrado para explicar a situação da empresa.

HISTÓRICO - A companhia deixou neste ano cerca de 250 trabalhadores em lay-off (suspensão temporária de contrato de trabalho) por cinco meses. A medida foi negociada com o sindicato, em março, para compensar o fim do projeto de produção de peças para as linhas Gol G4 e Kombi, eliminadas pela Volkswagen.
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;