"Durante o andamento da prova, surgiu uma forte suspeita de que alguns candidatos estariam previamente cientes do conteúdo das estações, especificamente da check-list. A realização da prova prática foi concluída e, imediatamente após seu término, a coordenação da prova iniciou uma averiguação. Ao avaliar os resultados, a comissão observou que um grupo de candidatos apresentou um desempenho homogêneo e muito acima da média em todas as questões da prova", informou Fabiana Cardoso Pereira Valera, coordenadora da comissão organizadora do concurso em um ofício.
Ainda segundo a denúncia, as listas de procedimentos a serem verificados na prova só poderiam ser acessadas na manhã de domingo. Mas o sistema eletrônico no qual os dados foram inseridos foi consultado diversas vezes com usuário e senha de pessoas que não eram responsáveis pela elaboração dos procedimentos a serem feitos pelos candidatos e ainda "em datas e horários incompatíveis com o processo de elaboração da prova", entre sexta-feira e sábado.
Além de solicitar a anulação da prova prática, a comissão organizadora pediu a abertura de uma sindicância para apurar as responsabilidades. Após o parecer da procuradoria jurídica, o superintendente do HC da FMRP-USP, Marcos Felipe Silva de Sá, determinou a abertura de um procedimento administrativo e que todos os candidatos que realizaram as provas práticas no domingo sejam intimados, por meio de mensagens eletrônicas, a se manifestarem em até 15 dias.
De acordo com a comissão organizadora, caso haja a anulação da prova prática um novo exame será realizado, com previsão para ocorrer no dia 1º de fevereiro de 2015. A Agência Estado procurou a superintendência do HC da FMRP-USP para saber quantos candidatos são suspeitos de terem sido beneficiados na prova de residência médica, mas não obteve resposta nesta quarta-feira ao pedido encaminhado à assessoria de comunicação.
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