O discurso do chefe da autoridade monetária, no entanto, não abordou em nenhum momento a conjuntura econômica doméstica ou internacional, nem trouxe recados. Tombini destacou os legados que serão deixados pelo evento esportivo à cidade e ao País e exaltou o lançamento das moedas como o maior programa comemorativo do tipo já realizado no Brasil.

Antes de assumir o microfone, Tombini ouviu brincadeiras do prefeito do Rio, Eduardo Paes, a respeito da nomeação dos ministros, oficializada ontem pelo Palácio do Planalto. Além de Tombini, foram confirmados Joaquim Levy no Ministério da Fazenda e Nelson Barbosa no Ministério do Planejamento.

"Fiquei com medo de que pudessem cancelar o evento com o anúncio da equipe econômica ontem. A presidente Dilma anunciou ontem Joaquim 'Mãos de Tesoura'. Achei que pudessem cortar o negócio de produção de moedas, que já economizava algum dinheiro", brincou Paes, em referência ao "apelido" dado por alguns membros do PT à Levy. O comentário arrancou risadas de Tombini, da mesa - composta ainda pelo ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman - e da plateia.

Após o discurso de Paes, Tombini destacou três legados dos Jogos Olímpicos ao País: a oportunidade para incentivar e difundir a prática de esportes, mesmo que de forma não profissional; a transformação da cidade-sede e dos cidadãos; e a mensagem que o Brasil passará ao mundo de povo alegre e hospitaleiro.

"O esporte é um dos mais importantes veículos de desenvolvimento do ser humano. É capaz de contribuir na formação do cidadão, das famílias e das comunidades. Aproximar pessoas e povos. Incentivar a solidariedade e o respeito ao próximo", disse o presidente do Banco Central.

Segundo Tombini, com a realização do evento, o Brasil também conseguirá passar a mensagem de que "consegue cumprir seus compromissos e realizar eventos de envergadura como os Jogos Olímpicos com competência e qualidade".

Na saída do lançamento das moedas comemorativas, Tombini não quis conversar com jornalistas. À tarde, o presidente da autoridade monetária deve participar de uma premiação, também na sede do Banco Central do Rio de Janeiro. O evento, porém, será fechado à imprensa.