Setecidades Titulo Meio ambiente
Invasões continuam em área do Parque Chácara Baronesa

Cerca de 300 famílias ocupam espaço verde
na divisa de Santo André com São Bernardo

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
26/11/2014 | 07:01
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Denis Maciel/DGABC


Os resquícios de área verde que restam no Parque Chácara Baronesa, no Jardim Oriental, em Santo André, na divisa com São Bernardo, têm sumido dia após dia. Cerca de 300 famílias residem atualmente na área invadida, número que vem aumentando, segundo os próprios moradores. Há projeto para a construção de conjunto habitacional, porém, sem data para sair do papel.

“As pessoas não têm condições de pagar aluguel e vão invadindo. Como existe a promessa de que vão tirar as pessoas daqui para incluir em algum projeto habitacional, muitos vêm com essa expectativa. Mas, até agora, não há nenhuma sinalização de que isso vai acontecer”, relata Jéssica Aparecida Lima Rodrigues, 25 anos. Ela chegou ao local aos 4 anos, após o barraco onde morava, na região do Grajaú, Zona Sul da Capital, ser destruído por um incêndio. Atualmente, ela mora com a tia e mais cinco primos.

Vivendo em meio a árvores, o medo de desabamento sempre é grande quando chove. “Já caíram vários galhos nos barracos. Quando começa a tempestade, sai todo mundo para a rua, com medo de que o barraco seja atingido. Fica todo mundo em um bar até a chuva passar”, relata a ajudante geral Miriã Oliveira, 20, que vive com o marido e o filho de 2 anos em um barraco com apenas dois cômodos, sem banheiro (a família utiliza o da casa da mãe de Miriã, que é vizinha).

Em setembro de 2013, quando o Parque Chácara Baronesa começou a receber obras para implementação de estruturas de lazer e cercamento da parte recuperada, a Prefeitura de Santo André ficou incumbida de realizar atualização cadastral das famílias que vivem em situação de pobreza no espaço, além de definir soluções para o problema. O Diário procurou a administração municipal para questionar sobre a fiscalização do local e o cadastramento dos moradores em algum programa habitacional. Por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, o Executivo informou que “a fiscalização, controle e definição de construção de moradias no local são de responsabilidade do governo do Estado.”

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente, hoje responsável pela Chácara Baronesa, diz que o MP (Ministério Público) ganhou ação para que toda a área pertencente ao Parque Chácara Baronesa seja recuperada, mas, para isso, cerca de 300 famílias precisam ser retiradas para recuperação do local. Como há deficit habitacional na região, com falta de espaço para a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) construir), o órgão está negociando com a Promotoria saídas para resolver a questão. “Estão sendo feitas tratativas com a Prefeitura de Santo André para a escolha de novo local a ser cedido pelo município e, desse modo, haver espaço para construção de moradias que atendam as famílias. Feito isso, a área ocupada será recuperada e agregada ao parque”, afirma a nota, destacando que durante audiência pública realizada em 29 de abril, “a Prefeitura de Santo André se comprometeu a contribuir com a fiscalização de forma direta através da Secretaria de Habitação do município”. 




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