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Construção demite 1.116 em um mês

Cenário econômico desfavorável em outubro tira otimismo e gera desaceleração nos lançamentos, ao mesmo tempo em que várias obras chegam ao fim

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
26/11/2014 | 07:26
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Denis Maciel/DGABC


O setor da construção civil da região reduziu seu estoque de empregos em 1.116 trabalhadores em outubro, na comparação com setembro. Segundo levantamento do escritório regional do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), as empresas do segmento encerraram o décimo mês com 44.035 funcionários.

O cenário econômico com o pé no freio contribuiu para o resultado. Basicamente fez com que os construtores mantivessem postura conservadora e lançassem poucos empreendimentos no terceiro trimestre e em outubro. Junto a essa situação, muitas obras terminaram no mês passado e o resultado foi a redução na demanda por mão de obra.

“O mercado da construção deu uma desacelerada. E muitas obras de grande porte devem ter encerrado”, observou o coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio. Ele destacou, ainda, que a situação no emprego não é exclusiva para os canteiros de obras. Com base nas informações divulgadas pelo Ministério do Trabalho, comércio e serviços também apresentaram retrações nos saldos de empregos.

O diretor administrativo e do conselho fiscal da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), Marcus Vinícius Santaguita, avaliou que o impacto da desaceleração econômica no emprego na construção será muito mais intenso em 2015, tendo em vista o baixo número de lançamentos de 2014. Ele acredita que a queda de 1.116 postos em outubro, realmente, está mais relacionada ao fim de várias obras, que não param normalmente por causa de instabilidade econômica no País, e à baixa taxa de inauguração de projetos imobiliários.

“O segundo semestre tem impacto sazonal natural. As empresas dispensam os funcionários, tradicionalmente, em novembro e dezembro. Acredito que, em outubro, houve antecipação (das demissões). Como não está tendo lançamento, o ritmo, na verdade, está mais fraco, e as obras estão encerrando, portanto, sobra mão de obra no mercado”, explicou Santaguita. Desta maneira, o executivo sinalizou que outubro também seguiu o exemplo do terceiro trimestre, no que diz respeito aos novos empreendimentos.

Segundo a última pesquisa divulgada pela Acigabc, referente ao período entre julho e setembro, as construtoras lançaram 937 unidades verticais, o que representou queda de 56,3% em relação aos 2.142 lançamentos do mesmo intervalo em 2013. Este foi o pior resultado para o período desde 2007, quando foram colocados 836 apartamentos no mercado. Conforme o próprio Santaguita destacou para o Diário, no começo de novembro, como todos os demais segmentos, o mercado da construção também aguardava as definições em relação à política econômica nacional.

OUTROS - Conforme dados do Ministério do Trabalho, por meio do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), a indústria da construção foi a que mais reduziu postos de trabalho formais em outubro, com redução de 848 vagas. Maskio disse que a diferença entre esse resultado e o volume de 1.116 demitidos apresentado pelo levantamento do SindusCon-SP pode ser explicado pelo atraso de prestação de contas ao ministério por parte de algumas empresas até a divulgação do Caged.

Na mesma esteira apareceu o setor de serviços, que reduziu a folha de pagamento dos registrados em carteira no Grande ABC em 755 pessoas. A indústria da transformação apresentou diminuição de 645 vagas.

CIDADES - Segundo o levantamento do SindusCon-SP, São Caetano é a cidade com o maior número de baixas no emprego da construção, com redução de 621 postos. Em seguida, com menos intensidade, aparecem São Bernardo, com recuo de 157, Diadema, com queda de 106, Mauá, com decréscimo de 103, Santo André, com 67 a menos, e Ribeirão Pires, com demissão de 45. 




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