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Minuto em telefone celular no Brasil é o quarto mais barato

Com valor médio de R$ 0,16, Brasil é destaque entre 18 países que representam 57% de todos os aparelhos no mundo

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
25/11/2014 | 07:04
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Celso Luiz/DGABC


O brasileiro paga, em média, R$ 0,16 por minuto nas ligações por telefone celular. Isso significa a quarta menor tarifa entre 18 países que concentram 57% dos aparelhos no mundo.

Por outro lado, com base nos tetos de preços que as agências reguladoras do setor em todo mundo permitem, o Brasil tem o maior custo mensal de telefonia móvel entre 166 países, de US$ 48,32, o mesmo que R$ 122. A UIT (União Internacional de Telecomunicações) publicou a informação ontem, que se refere ao fim de 2013.

Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o preço do minuto da telefonia móvel no segundo trimestre deste ano era de R$ 0,16, considerando planos pré e pós-pagos. No entanto, essa informação não foi considerada pela UIT devido à padronização entre as agências de todos os países.

O pacote base para a comparação da entidade internacional considera conta de apenas um celular, com 30 ligações por mês e mais 100 mensagens de texto, e com base nos preços limites da Antel.

Para discutir o resultado da pesquisa global, a SindiTelebrasil (Sindicato Nacional da Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal) encomendou pesquisa para a Teleco. O estudo revelou que o preço médio efetivo do minuto no País, de US$ 0,07, o equivalente a R$ 0,17, vai de acordo com a divulgação da Anatel, de R$ 0,16. E o consumo médio mensal, nos padrões brasileiros, gera conta de US$ 6,90, ou R$ 17,44, 63% a menos do que o resultado da UIT. São considerados 100 minutos, tendo em vista que 90% são para ligações a celulares da mesma operadora, 5% para esses aparelhos de operadoras diferentes e 5% para telefones fixos.

O levantamento, explicou o presidente da SindiTelebrasil, Eduardo Levy, considera minutos com preços efetivos, inclusos os tributos, e também aqueles de custo zero, que vários planos têm disponível. “Nossa pesquisa apontou a média por minutos de US$ 0,07, enquanto a UIT diz US$ 0,55. Mas isso é irreal, pois se você aplicar sobre a média de consumo nacional de 133 minutos, essa conta seria de R$ 200”, explicou.

Levy lembrou ainda que, segundo último registro do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o comprometimento da renda do brasileiro com telefonia móvel é inferior ao apresentado pela UIT, que é de 4,96%. “O IBGE aponta 1%. Se a pessoa ganha R$ 724, ela gasta cerca de R$ 8. Se ganha R$ 8.000, a despesa é de R$ 80.”

COMPARAÇÃO - Conforme o levantamento da Teleco, a China é o país com o menor custo médio mensal para os usuários de telefonia móvel, no recorte das 18 nações que representam 57% do número de aparelhos do mundo, com US$ 1,9, ou R$ 4,80. Em segundo lugar aparece a Índia, com US$ 2,50, o mesmo que R$ 6,32. Em terceiro lugar está a Rússia, com US$ 4,50, ou R$ 11,37.

Na América do Sul, segundo o levantamento da Teleco, além do Brasil, a Colômbia aparece em sétimo lugar, com US$ 10,7 (R$ 27), o Chile em décimo, com US$ 17,3 (R$ 43,7), o Peru em 11º, com US$ 17,6 (R$ 44,4) e a Argentina, com US$ 40,3 (R$ 101). A França está na última posição, com US$ 53,5 (R$ 135).

5G - A maturidade da tecnologia 4G, de conexão na internet em aparelhos móveis, chegará à sua maturidade no fim de 2016 no Brasil. E dois anos depois, a 5G deverá entrar no mercado mundial. As previsões são do presidente do SindiTelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal), Eduardo Levy. “Há vários estudos acadêmicos e empresas desenvolvendo a 5G. A velocidade será dez vezes maior do que a 4G.”

No Brasil, a 4G entrou em vigor, efetivamente, em 2013, como forma de preparação para a demanda durante a Copa do Mundo de Futebol, que ocorreu no meio deste ano. Mas no Exterior, a tecnologia já era conhecida há mais de um ano antes de pisar em terras brasileiras. Porém, o Brasil ainda não tem uma infraestrutura suficiente, por exemplo, para que todos os celulares 3G possam fazer a substituição para a tecnologia mais recente, principalmente pela capacidade inferior de manutenção de usuários simultâneos na banda mais recente, e também de alcance de emissão. Enquanto a antena de 3G gera sinal a até 20 quilômetros de distância, a de 4G vai a cerca de 400 metros. No entanto, enquanto a primeira gera, em média, um mega de velocidade de download, a segunda vai a 50 mega.

Levy explicou que a maturidade do 4G no Brasil está muito próxima porque as operadoras de telefonia têm se debruçado sobre problemas de grandes áreas de concentração de usuários da tecnologia mais rápida. “É preciso aprovar a lei geral das antenas (em tramitação no Congresso). Também há a necessidade de cada vez mais as empresas colocarem sistemas de wifi (conexão de internet sem fio) em áreas de grande concentração de tráfego.”

Ele explicou que desta maneira as antenas terão um desafogamento de giro de dados. “Para se ter noção, uma foto transferida demanda a mesma capacidade da banda que 20 pessoas realizando ligações. Enviar um vídeo, por sua vez, é o mesmo que 16 fotos, ou seja, 320 ligações simultâneas.” Assim, onde há mais demanda de transferência de dados, os sistemas de wi-fi grátis das operadoras desviariam o fluxo.
 




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