Economia Titulo Empreendedorismo
Catador de papel vira empresário de sucesso

De origem humilde, Robson Costa tem três
franquias de escola de inglês, uma delas na região

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
24/11/2014 | 07:05
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Divulgação


O empresário Robson Costa, 29 anos, de origem humilde, foi catador de papelão, e teve o sonho de ter uma franquia de escola de inglês. Hoje tem três unidades, uma em São Bernardo e duas nos bairros paulistanos do Paraíso e do Ipiranga.

Para atingir seus objetivos, Costa, que nasceu em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, batalhou desde cedo. Seu pai era vendedor e sua mãe, costureira, e eles não podiam dar tudo o que o filho pedia. Com o desejo de ter seu próprio dinheiro, ele começou, aos 16 anos, a vender picolé, em dias de sol, e a catar papelão, em dias de chuva. “Papelão é (vendido) por peso, e quando chovia, ficava mais pesado”.

Depois de alguns anos trabalhando nas ruas, ele conseguiu seu primeiro emprego com registro, na área de telemarketing, em 2002. Um ano depois, também como operador de telemarketing, passou a trabalhar na rede de escolas de inglês Minds. Depois de atuar um curto período em sua cidade e, por um ano e meio em Campinas, obteve transferência para unidade da escola em Santos.

Foi, em 2008, em Santos que surgiu a oportunidade de ele alcançar o sonho de se tornar empreendedor. A Minds costuma realizar campanhas de motivação para os empregados e uma delas consiste em premiar com um carro zero-quilômetro o melhor vendedor de matrículas da rede em todo o País. Costa venceu a disputa, e a primeira coisa que fez foi vender o automóvel.

Com o dinheiro da venda do carro e mais recursos que ele vinha poupando há algum tempo – “Cinquenta por cento do que eu ganhava todo mês eu guardava”, diz –, ele abriu, no ano seguinte, sua primeira franquia, no Centro de São Bernardo, com cerca de R$ 150 mil de investimento.

Costa não conhecia São Bernardo, mas tinha constatado que muitos alunos da escola de Santos trabalhavam na cidade da região. Além disso, avaliou que o município, por ter grandes indústrias que demandam profissionais que dominem o idioma, gerava o potencial para a abertura de uma franquia do ramo. A escolha se mostrou acertada. Na unidade, são feitas em torno de 100 a 130 matrículas por mês, enquanto na média da rede, esse número gira em 30 a 40, cita o franqueado. Dessa forma, o retorno que costuma levar até dois anos, se deu em seis meses no local.

A partir da experiência bem sucedida, o empresário resolveu ter mais unidades. Em 2011, abriu a segunda, no bairro Paraíso, em São Paulo, com mais que o dobro do investimento da primeira (em torno de R$ 330 mil), e, pouco tempo depois, inaugurou a terceira, no Ipiranga, também na Capital.

EXPANSÃO - Com faturamento anual de R$ 200 mil com as três unidades, Costa tem planos de expansão para 2015. “Meu grande sonho é abrir (escola) dentro de shopping”, afirma. Ele também não descarta ter mais uma unidade em São Bernardo, já que a cidade, por sua população (736 mil habitantes) comporta mais um estabelecimento da rede e se surgir interesse da marca, ele tem prioridade na abertura.

E depois de 2014 em que os resultados ficaram estáveis, a expectativa é voltar a crescer na casa dos 30% em 2015, como já ocorria nos dois anos anteriores. Outro foco é ampliar o número de alunos por escola. Atualmente, só em São Bernardo, são 2.000 e ele espera chegar a 3.000 nessa filial.

Para o sucesso nos negócios, Costa revela que faz questão de visitar e estar presente nas três filiais. Por causa dessa dedicação à gestão dos negócios, ele ainda não conseguiu terminar o curso de inglês. “Quando faço entrevistas (para contratar funcionários) para a área administrativa, a primeira coisa que muitos falam é ‘não sei falar inglês’, e digo a eles ‘eu também não precisei falar inglês para chegar onde eu cheguei, o que tem de ter é vontade de crescer profissionalmente, vontade de bater metas’”, afirma.

O empresário cita que também não fez curso para administrar a empresa. Até começou um de processos gerenciais, não concluído, mas diz que aprendeu mesmo o que sabe “na raça”, ou seja, no dia a dia do negócio. O empresário conta ainda que hoje tem o apoio dos pais, mas no início de sua trajetória profissional, eles estranhavam o fato de ele ser tão focado no trabalho. “No começo, eles não entendiam, me julgavam um sonhador”, diz. 




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