Setecidades Titulo Comportamento
Emenda de feriado
garante lucro

Seja por fidelidade ao cliente ou para ampliar os ganhos, muitos trabalhadores deixam os dias de folga de lado

Renata Rocha
Especial para o Diário
22/11/2014 | 07:00
Compartilhar notícia
André Henriques/DGABC


Para muitos, feriado na quinta-feira é motivo para descansar na sexta também. Porém, nem todas as profissões permitem essa emenda. Policiais, médicos, motoristas de ônibus, entre outros trabalhadores, fazem-se necessários para uma cidade funcionar e estão em ação diariamente. No entanto, outros profissionais que poderiam folgar preferem continuar na labuta, seja por lucro ou fidelidade ao cliente.

Exemplo é loja de serviços de jardinagem localizada no Rudge Ramos, em São Bernardo, que funcionava ontem mesmo com o feriado do Dia da Consciência Negra, que foi transferido para sexta-feira na cidade. “Tenho muitos clientes que trabalham de segunda a sábado, então, domingos e feriados são importantes para eles. Funcionamos com horário reduzido, mas não deixamos de abrir”, disse a gerente Fátima Rangel.

O corretor de imóveis Siro Stigliano, 69, acompanhado da neta Carina Britto Stigliano, 11, que emendou o feriado na escola, foi até o comércio adquirir produtos para seu jardim. “É difícil fazer esse tipo de compra durante a semana. Aproveito o feriado e passo um tempo com minha neta, que é minha ajudante. Por isso é bom que lugares como esse estejam abertos, é lucro para o cliente e para a empresa.”

Alguns taxistas também preferem estar nas ruas que emendar o feriado, mesmo que haja menos gente circulando devido às viagens. “A gente trabalha muito com a sorte. Posso passar o dia fazendo pequenas corridas que não rendem muito, mas, às vezes, encontro um cliente que precisa viajar, ou pede para levar até o aeroporto. Esses casos fazem o dia render, por isso, mesmo com o movimento menor prefiro trabalhar”, disse o taxista André Luiz dos Santos, 42.

Para alguns profissionais, não existe feriado. Caso do cabeleireiro Ricardo Prado, 35, que trabalha em salão no Rudge Ramos. “A procura aumenta de 30% a 40%. Além do lucro evidente, a gente tem uma clientela que nos conhece. É uma troca, pois eles são fiéis e nós não os deixamos na mão”, destaca.

Ter um dia durante a semana para poder se embelezar é algo que agrada a mulherada, como garante a professora Maria Pires, 48, que trabalha das 7h às 19h, de segunda a sexta-feira. “Aos fins de semana a gente costuma ficar com a família, então, é ótimo que o salão abra hoje (ontem), assim faço o cabelo e as unhas e aproveito o sábado e o domingo para passear.”

OPÇÃO

A entregadora de panfletos Aparecida Sanches Moreno, 64, está na profissão há 30 anos e resolveu trabalhar ontem, emenda de feriado, na Avenida Industrial, em Santo André. Ela tinha a opção de ficar em casa e descansar, mas garantiu que escolheu ir à luta pelo simples fato de que trabalhar faz bem. “Se a gente está em casa sem fazer nada, acaba ficando impaciente e brigando com os outros. Trabalhei a vida toda e não sei como parar. Só descanso de domingo porque preciso de um tempo para mim. Tomo cuidado com as motos que passam entre os carros e, de resto, faço meu trabalho direitinho”, garantiu Aparecida antes de sair para distribuir mais panfletos quando o semáforo ficou vermelho. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;