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Saab quer fazer parte de centro de treinamento em S.Bernardo

Secretário municipal diz que vai conversar na semana que vem com Forças Armadas

Soraia Abreu Pedrozo
Enviada a Estocolmo (Suécia)
12/11/2014 | 07:22
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Soraia Abreu Pedroso


O presidente e CEO da Saab, Hakan Buskhe, afirmou que gostaria de participar do centro de treinamento e simulação de voo que a Prefeitura de São Bernardo pretende construir na cidade junto com a iniciativa privada – a ideia é que, até maio, esse acordo esteja concluído. O município vai sediar também a SBTA (São Bernardo Tecnologias Aeronáuticas), parceria entre a fabricante de aviões-caça sueca e o Grupo InbraFiltro, de Mauá, para produção de estruturas metálicas do Gripen NG.

Questionado sobre a possibilidade de fazer parte desse centro, que deve servir de apoio para a realização de testes, Buskhe sinalizou a intenção da Saab. “Eu ouvi falar a respeito da intenção de construir centro de treinamento e simulação e entendo que essa discussão está em andamento. Se pudermos fazer parte disso e contribuir com esse processo, nós queremos. Porque, para ser honesto, esse é o futuro”, respondeu, em encontro realizado com grupo de jornalistas em Estocolmo, capital da Suécia. “Nós vamos olhar positivamente para isso, mas ainda não há nada definido”, garantiu.

Procurado para comentar a predisposição do executivo, o secretário de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo, Jefferson José da Conceição, revelou que na semana que vem terá reunião em Brasília com equipe ligada às Forças Armadas para discutir a iniciativa, sobre a qual não divulga mais detalhes por enquanto.

A Saab vai injetar US$ 150 milhões para montar a SBTA, que vai gerenciar a cadeia de suprimentos e produzir partes estruturais do Gripen NG, como as asas do avião supersônico e as partes traseira e dianteira da fuselagem, a partir de 2017. A fábrica, que começará a ser erguida no ano que vem, ocupará espaço de 20 mil m² (metros quadrados) em terreno de 40 mil m² em frente à Rodovia dos Imigrantes, sentido São Paulo, próximo à entrada do Rodoanel. Sobre a participação, 60% pertencerão à Inbra e 40% à fabricante sueca.

Sobre a possibilidade de realizar novo aporte no Grande ABC para integrar o centro de treinamento e simulação, o presidente da Saab respondeu, categórico, que a companhia já está investindo recursos (os US$ 150 milhões) e que espera, primeiro, ganhar algum dinheiro com isso. “Esse retorno será usado para ampliar a capacidade de produção. Vamos investir em bons projetos no Brasil, não há dúvida a esse respeito.”

PONTO DE PARTIDA - No dia 27 de outubro foi divulgada a assinatura do contrato da compra de 36 aviões-caça da Saab para renovar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira). O País vai desembolsar US$ 5,4 bilhões para o desenvolvimento e a produção do Gripen NG (28 monoposto e oito de dois lugares – cujo modelo o Brasil terá importante papel na confecção), para entrega entre 2019 e 2024.

A Inbra, inclusive, já está selecionando profissionais com experiência em construção aeronáutica, como engenheiros, mestres e operadores, para montar time de 30 pessoas que farão treinamento na Suécia.

Segundo o vice-presidente de parcerias industriais da Saab Aeronáutica, Jan Germundsson, a ideia é levar, ao todo, 100 brasileiros para o país. “Considerando que eles terão de ficar entre seis meses e dois anos por aqui (Suécia), e muitos trarão suas famílias, esperamos receber cerca de 200 pessoas vindas por intermédio da Embraer (que montará os aviões no País), da Akaer (que desenvolverá sistemas de engenharia) e da SBTA. Elas serão treinadas e retornarão para replicar o modelo no Brasil.”

Quanto à criação de empregos, a expectativa é gerar, somente na SBTA, 1.000 postos de trabalho. Com a formação de cadeia de suprimentos, o secretário são-bernardense estima 5.000 novas vagas na região.

O Gripen NG é a versão mais moderna da aeronave e que permite customização. Para exigências do Brasil, conta Staffan Bogg, engenheiro chefe do Gripen, está sendo desenvolvido sistema único, com resistência a interferências e encriptação (que transforma a informação usando código para que o inimigo não a identifique), por exemplo, além de sistema de alerta de mísseis em aproximação e do radar Aesa, que permite maiores alcance e velocidade.

A jornalista viajou a convite da Saab 




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