Política Titulo Composição
Aliados com força nas Câmaras do Grande ABC

Prefeitos da região devem compor, cedendo direção de Legislativos a parceiros ao pensar em 2016; só Mauá pode ter presidente do mesmo partido

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
03/11/2014 | 07:45
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Montagem/DGABC


Os prefeitos do Grande ABC vão promover os partidos aliados nas eleições internas da mesa diretora das Câmaras municipais com vistas ao início das conjunturas políticas da sucessão local de 2016. A exceção deve ocorrer em Mauá, onde o chefe do Executivo Donisete Braga (PT) tende a indicar vereador do próprio partido para comandar o Legislativo.

No total, os 142 parlamentares das sete cidades da região já deram o passo inicial para a formação de blocos que disputarão o pleito em dezembro, que corresponderá ao biênio 2015-2016.
O atual cenário destoa do primeiro processo de escolha dos vereadores, ocorrido em janeiro de 2013, começo dos mandatos no Paço e Legislativo, quando as composições de sustentação nos poderes Executivos estavam sendo formadas.

Um exemplo ocorreu em Diadema. Sem a maioria na Câmara, o prefeito Lauro Michels (PV) viu a oposição articular a maioria de votos entre os parlamentares, 21 no total, e eleger o vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), como presidente da Casa. Quase dois anos após o episódio, a realidade é outra. O chefe do Executivo agora trabalha por um nome consensual entre seu grupo da base de sustentação. Entre os aliados, despontam como favoritos os vereadores Célio Boi (PSB) e José Dourado (PSDB).

Embora haja conversas, os parlamentares ponderam, entretanto, que o processo ainda é prematuro. “A discussão está acontecendo. Está tudo em aberto. Existem outros nomes na disputa”, comentou. Segundo Dourado, sua posição será em favor do grupo. “Tem de ser processo natural. Eu trabalho pelo consenso, sem vaidade”.

O mesmo cenário não acontece no Legislativo de São Caetano. Para o oposicionista Fábio Palácio (PR), o nome com mais afinidade junto ao prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) deverá ser o escolhido. “Estamos fazendo a leitura de que o mais próximo ao prefeito se beneficiará. Cabe ao nosso grupo lançar uma candidatura e tentar debater a próxima presidência”, explicou.

Cotado para presidir a Casa, o governista Jorge Salgado (Pros) descarta as palavras de Palácio. “Todos são favoritos. Haverá longa discussão, que só deverá ser encerrada às vésperas do processo”, considerou.

As costuras governistas sinalizam por transcorrer de maneira tranquila nas Câmaras de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que atualmente são comandadas por Edson Savietto, o Banha (PDT), e Edvaldo Guerra (PV), respectivamente.

Em Santo André, há incertezas entre partidos do bloco independente

Depois de sofrer derrota no dia de sua posse como prefeito de Santo André, em 2013, o petista Carlos Grana articula nomes da base aliada para compor grupo que encabece a mesa diretora. A interlocução está sendo amarrada para evitar outro revés na Câmara, o que criaria clima de instabilidade no biênio final de seu mandato à frente do Paço.

Com a segunda maior bancada da Casa, o Solidariedade, partido composto pelos vereadores Toninho de Jesus, Ailton Lima e Sargento Lobo, pode ser o fiel da balança na composição em torno do nome a ser escolhido como candidato à presidente do Legislativo. Isso porque a sigla conseguiria contemplar quadro com trânsito na base de situação e oposição.

Nos bastidores, Toninho e Ailton são cotados para o posto, bem como os vereadores Evilásio Santana, o Bahia (DEM), e coronel Edson Sardano (PTB).

Declarado independente em relação à gestão petista, o Solidariedade sinaliza que anunciará sua postura política na semana que vem. “Não existe nada por enquanto. Vamos nos organizar como bancada para tomar o nosso posicionamento”, destacou Toninho.

Integrante do bloco de centro na Casa, Sardano garantiu que a construção se dá de forma natural. “Tudo está correndo bem e em sintonia. Não deveremos ter qualquer racha”, relatou o parlamentar, que não declarou predileção por candidato.

Governistas se articulam pelo apoio petista em S.Bernardo

A eleição à presidência da Câmara de São Bernardo é pauta dos vereadores antes mesmo do pleito ao Palácio do Planalto. E desde então integrantes de partidos aliados ao prefeito Luiz Marinho (PT) se articulam para aglutinar o maior número de forças e, na hora do voto, fazer com que a bancada petista tenha de acompanhá-los sob risco de cargos importantes da mesa diretora pararem nas mãos da oposição.

José Walter Tavares (PCdoB), Mauro Miaguti (DEM), Fábio Landi (PSD) e Ramon Ramos (PDT) são nomes especulados para encabeçarem chapa no pleito interno. Tavares, inclusive, iniciou articulação nesta semana e terá de correr contra o tempo, uma vez que os demais políticos vêm costurando alianças desde março.

“O diálogo está acontecendo e deverá ser afunilar com o passar dos dias. Existe grupo mais forte do governo, mas o PSD junto com o DEM também tem representatividade na Casa”, disse o pessedista Rafael Demarchi, não descartando pleitear a vaga.

Do outro lado, oposicionistas garantem que terão candidato. Porém, há debate sobre composição com uma das chapas dissidentes do lado governista com objetivo de abocanhar cargos de destaque na mesa diretora e, assim, aumentar voz dos contrários à gestão Marinho.

A bancada de oposição hoje é formada por oito integrantes, sendo cinco do PPS, um do Solidariedade e dois do PSDB.

Oposição aspira vitória em Mauá, enquanto PT luta contra racha

A formatação do G-12, grupo com uma dúzia de integrantes encabeçado por vereadores contrários à gestão de Donisete Braga (PT), em Mauá, promete acirrar disputa interna pela presidência do Legislativo. “São 12 dos 23 parlamentares que estão engajados neste grupo consolidado por esta eleição”, explicou Edgard Grecco Filho (Pros), candidato oficial da oposição para a disputa da mesa.

Com a maior bancada, o PT, composto por seis vereadores, ainda não tem consenso em torno de uma candidatura. Por conta de racha explícito na legenda, série de possibilidades é discutida, até mesmo que se mude a LOM (Lei Orgânica do Município) para que se permita candidatura de reeleição do petista Paulo Suares.

O correligionário Wagner Rubinelli é um dos que aprovam a medida, apesar de hoje não haver consenso em torno da aprovação da proposta em plenário – para alteração da LOM é necessário apoio da maioria dos parlamentares da Casa. “Vejo com bons olhos a possível reeleição do atual presidente Paulo Suares”, frisou, ao acrescentar que todos os nomes da atual da bancada da legenda possuem plenas condições de ocupar o posto máximo da mesa.

Ao opinar sobre a situação, o ex-deputado manifestou seu desejo de ocupar o cargo. Ele deverá apresentar seu nome na discussão com os demais integrantes da bancada petista.




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