Economia Titulo Levantamento
Renda da mulher tem crescimento maior

IBGE revela que diferença entre remuneração por gênero diminuiu no Grande ABC

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
01/11/2014 | 07:22
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A diferença entre a renda média das mulheres e dos homens no Grande ABC diminuiu em 2010, na comparação com os dez anos anteriores, revelou recorte do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o Censo 2010. Enquanto há 14 anos a remuneração média feminina equivalia a 58% do rendimento masculino, há quatro anos aumentou para 61%.

Nessa mesma relação temporal, a renda média dos homens teve crescimento real, ou seja, já descontada a inflação do período, de 1,3%. Por outro lado, as mulheres tiveram incremento deflacionado de 6,5% – sinal de que o grupo caminha cada vez mais para a equiparação. No País, houve a mesma superioridade na comparação, de alta de 7,9% para a remuneração deles contra 12% delas.

Os dados do Censo 2010 foram publicados ontem. O rendimento médio do homem passou de R$ 2.016 para R$ 2.042. Das mulheres, de R$ 1.177 para R$ 1.253. As informações são referentes a todas as fontes de renda de pessoas com dez anos ou mais.

Para o gestor do Inpes-USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano), Leandro Prearo, o resultado é positivo e mostra que cada vez mais as mulheres têm ganhado espaço no mercado de trabalho, que antes era ocupado, principalmente pelos homens.

A pesquisadora do IBGE Cristiane Soares observou que, no País, a renda feminina, na comparação entre 2000 para 2010, passou de 65% para 68% da remuneração masculina. “Uma explicação é que as mulheres buscam cada vez mais investir em estudo e cursos. Mas a maioria delas vai atuar em áreas que geram menor remuneração, como a de Educação.”

Os números da região espelham tal afirmação. Conforme o IBGE, 119.070 homens são formados no Ensino Superior. No caso das mulheres, são 136.978 graduadas, ou seja, 15% a mais do que o sexo masculino.

Prearo destacou, entretanto, que a característica econômica do Grande ABC explica o maior número de mulheres qualificadas e com remunerações menores que as dos homens. O gestor do Inpes-USCS se refere ao grande parque industrial presente nas sete cidades. “A maioria dos empregados do setor é do sexo masculino.”

A questão é que a indústria, apesar de não ser mais o maior setor em número de trabalhadores na região, ainda é o que remunera melhor. E muitos cargos demandam qualificação técnica, e não de Ensino Superior.

A mais recente PED-ABC (Pesquisa de Emprego e Desemprego), da Fundação Seade em parceria com o Dieese, aponta que a região possui 319 mil trabalhadores na indústria da transformação, o mesmo que 25% do total de ocupados, com rendimento médio entre R$ 2.200 e R$ 2.400. Já as atividades de serviços, que representam 51% do total, com 637 mil empregados, têm remuneração média de R$ 1.857.

“Mas não podemos desprezar um aumento nítido da atuação delas em áreas cujas funções são mais bem remuneradas, como a de Exatas”, observou Prearo.
 




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