Esportes Titulo Dia do fisiculturista
Fisiculturismo que
se perdura há décadas
Cesar Barbosa
30/10/2014 | 16:02
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Arquivo Pessoal


 Hoje, atletas do fisiculturismo comemoram a vida duradoura do esporte no Brasil, que cada vez tem aumentado em adeptos e ampliado o número de categorias. Porém, os praticantes ainda lamentam a dificuldades para conseguir patrocinadores e atendimento qualificado que os ajudem a ter melhor desenvolvimento esportivo, alimentar e clínico.

O dono da academia Nautilus, em Santo André, e ex-árbitro da IFBB (Federação Paulista de Culturismo Fitness e Bodyfitness) de São Paulo, Luiz Henrique Ribeiro, relata que desde 2009 vem aumentando o número de categorias masculina e feminina no fisiculturismo. Neste contexto de evolução do esporte, o atleta salienta que as federações brasileiras não abrem mais categorias para as mulheres muito musculosas devido preconceito social que começou a existir com a transformação do corpo feminino.

“Aquela mulher mais forte enfrentava muito preconceito da sociedade e aquela imagem não conseguia emplacar patrocínios, não ficava bem nos produtos, não vendia. As federações perceberam isso e agora existe o Bikini Fitness, que é aquela menina que malha, que tem corpo e rosto bonito e pode competir. As federações não querem mais ter o nome ligado às mulheres muito fortes. Para os homens têm categorias mais leves, como a Bermuda. Ou seja, quem estiver treinando feliz com o seu corpo, pode competir” relata o ex-árbitro, que também lembra que existem categorias para todas as idades a partir dos 16 anos.

E para quem busca um corpo mais definido, especialistas alertam que atingir essa meta leva um tempo e exige disciplina. “Para quem gosta não importa o tempo, lógico que seria bom se trouxesse prêmios financeiros, mas é mais uma realização pessoal. Tem atletas que começaram depois dos 50 anos. Nesta idade, o próprio metabolismo não ajuda, mas o cara está lá. A duração é o de menos, pode demorar quatro anos, dez anos ou oitenta anos, mas é o que ele gosta”, explica Ribeiro.

PATROCÍNIO
Para o fisiculturista bicampeão brasileiro e vice-sul-americano Adilson Moreno, 48 anos, de São Bernardo, a principal dificuldade está nos custos. "Dependendo do tipo físico, só de carne, por exemplo, a gente chega a comer 2 quilos por dia para manter a forma física, além de muita suplementação também. Consumimos muito porque mais de setenta por cento (do sucesso no esporte) é a alimentação. Aqui no Brasil é muito difícil patrocínio", lamenta Moreno.

Desde quando começou a treinar, aos 17 anos, o fisiculturista sempre teve interesse em acompanhar a evolução e as maneiras que poderia ter sucesso no esporte.“Quando comecei, lia revistas para saber sobre dieta e outras coisas. Várias vezes percebia que a minha massa parava de crescer. Ai eu mudava a dieta, não adiantava. Então quando alguém vem aqui (na academia), indico que procure orientação médica, nutricionista e endócrino, além do treino” detalha.

O atleta também frisa que os prêmios são de pouco valor nas competições. "Não tem muito retorno financeiro, é mais o valor pessoal. Competimos porque gostamos muito do esporte", diz o atleta que também trabalha como personal trainer.

O cuidado minucioso com o metabolismo é fundamental para os adeptos do esporte. Fazer um check-up antes de iniciar a prática é essencial. O ortopedista Teodomiro Cunha Neto recomenda que o futuro atleta, antes de começar a se exercitar mais intensamente, faça exames cardiorrespiratórios e de sangue, a fim de saber se consegue treinar sem ter problemas mais para frente.

Outra orientação do médico é que a pessoa não exagere nas séries de exercícios, pois pode causar lesões musculares e danos irreversíveis. “As lesões ósseas são decorrentes das lesões musculares e isso aumenta com a sobrecarga”, finaliza o ortopedista.




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