Política Titulo PT
Marinho critica falta
de diálogo de Dilma

Mesmo no comando da pior campanha do PT na
região, prefeito cita distanciamento com sociedade

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
30/10/2014 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Coordenador da pior campanha presidencial em toda a história do PT no Grande ABC, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, criticou a presidente reeleita da República, Dilma Rousseff, ao dizer que o atual governo da chefe da Nação imprime distanciamento com parte da sociedade. “Tem setores que reclamavam da distância dela em relação ao que o (ex-presidente) Lula (PT) fazia. Ele era muito presente na conversa, no chamar para o Palácio (do Planalto), desde o grande empresário aos líderes sindicais. Isso (modo de tratar de Dilma) teve reclamação na condução da campanha”, contestou.

Além de questionar a falta de diálogo da presidente com alguns movimentos populares, o chefe do Executivo são-bernardense afirmou “esperar que ela considere” mudar de postura “na condução do segundo mandato”. “Que possa ser gestão que dialogue mais com todos os segmentos, desde o grande empresário até grupos sociais. Isso faz com que retome a relação de governo que tivemos no passado recente”, complementou Marinho, durante inauguração de trecho da Rua Kara, no Jardim do Mar.

Nomeado coordenador estadual da campanha de reeleição da chefe da Nação, o prefeito de São Bernardo liderou pior desempenho de um petista em território paulista e seu seu berço, o Grande ABC, conquistando 642,3 mil votos nas sete cidades. O número, inclusive, foi menor do que Lula recebeu em 1989, quando concorreu pela primeira vez à Presidência e quando havia aproximadamente 740 mil eleitores a menos na região – à época, o cacique petista foi lembrado por 654,7 mil eleitores.

No domingo, Dilma teve 31,90% dos votos totais contra 44,18% do presidenciável Aécio Neves (PSDB). Pela primeira vez na história, um petista teve menos votos que seu adversário na região durante a corrida presidencial. Além disso, Dilma só conseguiu triunfar em Diadema e Rio Grande da Serra.

Marinho evitou aprofundar análise da derrota nas sete cidades, porém reconheceu falhas do partido no processo eleitoral. Segundo ele, houve brechas que foram exploradas pela oposição e não estancadas pelo petismo.

“Houve episódios que facilitaram essa pregação do ódio, que foram as confusões da Petrobras. Lula e Dilma criaram mecanismos de apuração, transparência e de punição a quem eventualmente cometa seus erros, mas o que foi vendido para o grande público – e a mídia colaborou – foi que o PT é responsável por isso”, admitiu. “O partido tem responsabilidade de instituir no País mais mecanismos de mais apuração, de mais transparência e de mais punição, só que não foi isso que ficou e nós vamos ter de trabalhar no segundo mandato. Precisamos cuidar desses assuntos para ajudar a recuperar a imagem do partido nacionalmente e no Estado em especial.” 




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