Após votar em São Bernardo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que só conhece o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, “pelas páginas policiais”. “Acho que esse Youssef deve ter contado mentira. Não sei o que prometeram a ele, porque o cara que está com delação premiada recebe promessa”, avaliou o petista, sinalizando que está “tranquilo” em relação as acusações. Segundo a revista Veja, o doleiro teria dito em depoimento que Lula e a presidente Dilma Rousseff (PT) sabiam de todo o esquema de corrupção na Petrobras.

O ex-presidente não descartou que possa mesmo ter sido mencionado por Youssef por causa da possibilidade de conseguir encurtamento da pena “pela delação premiada” e inventar uma história. “Por isso é bem ele tenha falado.” Segundo Lula, o episódio relatado às vésperas do segundo turno demonstra que há conotação eleitoral. “Está recebendo prêmio de tempo de cadeia para ferrar alguém. Sinceramente não sei o que prometeram a ele, possivelmente para fazer campanha”, disse, ao concluir que não vai ficar nervoso com a situação. “Nada como um dia após o outro.”

O petista frisou que está estudando mover processo contra a Veja em repúdio ao conteúdo da edição, veiculada na sexta-feira. Ontem, depois de realizar ato de campanha, Lula garantiu que acionaria órgãos superiores e que a revista teria de “explicar o que publicou na Justiça” pela falta de limites. Em forma de brincadeira, o ex-presidente pegou óculos escuro de haste vermelha de repórter do programa Pânico, da Band, e saiu do local falando que era a indicação que não ficou em pânico e reiterando “consciência tranquila”.

CONFUSÃO
Pouco antes de Lula entrar no carro para deixar a escola de votação, no Jardim Lavínia, um simpatizante do PSDB, morador do bairro e acompanhado da mãe, provocou a militância do PT, que entoava cânticos de adoração ao ex-presidente, gritando: “Aécio, Aécio!”, em referência ao candidato tucano. Após vaia, houve empurra-empurra até a chegada da polícia, que apartou o início de confusão.