Em São Bernardo, ex-presidente evita
falar de 2018: ‘Se estiver vivo está bom’
Às vésperas da decisão de uma das mais acirradas disputas pela Presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rejeitou o chamado terceiro turno e disse que o vencedor terá de buscar união de forças políticas para compor base no Congresso Nacional. A avaliação foi feita após a tradicional caminhada pela Avenida Marechal Deodoro, no Centro de São Bernardo, ao lado de militantes.
“Já inventaram terceiro turno para em 2002, 1989, 1994 e 1998. Não tem terceiro turno. Quem quiser enfrentar o terceiro turno que se prepare para 2018”, comentou, sobre a possibilidade de estender, após a disputa, o clima hostil dos discursos ofensivos dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT), que busca reeleição, e do senador Aécio Neves (PSDB).
Lançado candidato a presidente em 2018 por lideranças do PT, Lula disse que não vou sabe o que vai acontecer daqui quatro anos. “Na minha idade, se eu estiver vivo já está de bom tamanho.”
O líder do petismo defendeu a reeleição de Dilma, afirmando que a pupila tem melhores condições de dialogar com o Congresso e de conduzir o País. “Já conhece toda a máquina e tem os projetos prontos.”
Apesar do tom republicano, Lula declarou que a campanha antiPT reaproveita falas que Carlos Lacerda utilizava contra seu principal inimigo político, o presidente Getúlio Vargas (morto em 1954). “Às vezes me assusto com o discurso lacerdista. Só falta dizer que pode ganhar, mas não pode governar. Quem ganhar, governará este País e governará por quatro anos, porque temos 200 milhões de habitantes que não são imbecis. Sabemos respeitar a democracia.”
Em clima de festa, com bloquinhos que tocavam marchinhas ironizando Aécio, a passeata começou sem a presença de Lula, que só se juntou aos militantes no cruzamento da Avenida Marechal Deodoro com a Rua Américo Brasiliense. O ato foi encerrado na Praça em frente à Igreja Matriz.
RECLAMAÇÃO
Assim como fez Dilma, Lula classificou de “demonstração de insanidade” a reportagem da revista Veja relatando que ele e a presidente teriam ciência do esquema de corrupção na Petrobras. Segundo a publicação, a acusação faz parte de delação premiada do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da PF (Polícia Federal).
O petista disse que a revista terá de explicar a “atitude leviana” na Justiça. “Muitas vezes a tolerância com certos setores da imprensa permitem que eles avancem cada vez mais.”
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