Economia Titulo Metalúrgicos
Trabalhadores da GM estão perto do segundo lay-off em 15 anos

Sindicato entregou ofício à montadora pedindo o fim das demissões

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
25/10/2014 | 07:21
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Celso Luiz/DGABC


Após duas assembleias na porta da fábrica da GM (General Motors), ontem, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano entregou ofício à montadora pedindo o fim das demissões e a negociação de lay-off (suspensão temporária de contrato de trabalho), o segundo após 15 anos. “Tivemos um aqui há muito tempo”, garantiu o presidente da entidade, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão.

A situação atual é bem semelhante à ocorrida em janeiro de 1999. Hoje, a GM afirma que há excedente de 1.070 trabalhadores, do quadro de cerca de 11,5 mil. Há 15 anos, a montadora tinha a intenção de eliminar 1.000 postos, dos 8.900 empregados à época, o que gerou acordo com o sindicato para aderir a um lay-off.

Cidão disse ontem, após a assembleia da tarde, que a GM demitiu entre quinta e sexta-feira 57 profissionais. “Temos que segurar isso.” O sindicalista garantiu que entregou o ofício para a montadora e reforçou que, se houver resistência em negociar, buscará conciliação na Justiça do Trabalho. Paralisação está fora dos planos da entidade.

Entre os motivos para que a empresa apresente a intenção de dispensar os trabalhadores está o desaquecimento do mercado de veículos. Reflexo disso, revelou o presidente do sindicato, é a queda na produção dos dois principais períodos da GM em São Caetano, o da manhã e o da tarde até a noite. “Têm saído, na média, 48 carros por hora daqui. Quando estava com a produção normalizada, eram 54 veículos por hora”, precisou Cidão.

Não há definição sobre como será o lay-off na GM. Mas, com base na legislação e nas experiências recentes das montadoras da região, os trabalhadores ficam até cinco meses em casa, amparados com seguro-desemprego e complemento, da empresa, até atingir o salário. Os operários também devem realizar cursos de qualificação durante o período.
 




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