Candidato do PSDB à Presidência da República, o senador mineiro Aécio Neves lidera a disputa eleitoral do segundo turno na região, considerada o berço do petismo, com 56,2% das intenções de voto válido. É o que aponta levantamento feito pelo DGABC Pesquisas, encomendado pelo Diário, nas sete cidades a três dias da votação ao principal cargo público do País. Mesmo obtendo apoio de seis prefeitos do Grande ABC, a presidente Dilma Rousseff (PT), postulante à reeleição, aparece com 43,8%.

Se for considerada a votação total, incluindo índices de brancos e nulos, o tucano tem 45,9% de citações, enquanto a petista conta com 35,8% de adeptos nesta reta final de campanha pelo Palácio do Planalto. Brancos e nulos somam 9%. O índice de indecisos ficou em 9,3%. A margem de erro da pesquisa é de 1,9 ponto percentual. A sondagem foi colhida entre terça-feira e ontem. No período, foram entrevistados 2.800 eleitores pelo instituto. O levantamento foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-01152/2014.

Conforme o estudo atual, a candidata derrotada Marina Silva (PSB), terceira colocada na corrida eleitoral, transferiu 58% dos votos para o tucano. Idealizadora da Rede Sustentabilidade, a ex-senadora anunciou voto e apoio à empreitada da oposição nesta segunda etapa do pleito. O percentual de transferência é bem parecido com índice apontado pelo DGABC Pesquisas poucos dias antes do primeiro turno. A amostra indicou que o senador herdaria 62,8% dos votos da socialista. Dilma, por sua vez, captaria 16,4% dos eleitores da ex-correligionária.

Com esse panorama, o ex-governador de Minas Gerais garantiria outra vitória no Grande ABC. Embora tenha ficado em segundo lugar na esfera nacional, Aécio encabeçou o ranking nas sete cidades, conquistando 531,7 mil votos. Dilma angariou 460,6 mil sufrágios na região de seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em âmbito nacional, a petista teve 41,59% contra 33,55% do tucano.

Sem sucesso nas urnas, os ex-presidenciáveis Eduardo Jorge (PV), Pastor Everaldo (PSC), José Maria Eymael (PSDC) e Levy Fidelix (PRTB) também formalizaram adesão ao projeto do PSDB no segundo turno, engrossando lista de aliados. Em contrapartida, o verde turbinou somente 28,3% ao tucano. O espólio do ex-petista iria em 54,9% para a campanha da atual presidente. Com baixa votação, entretanto, o Everaldo renderia 57,9% dos votos a Aécio e Eymael, 58,6%.

Dilma não teve suporte de ex-adversários nesta etapa final. Ao decretar seu posicionamento, Luciana Genro (Psol), que ficou na quarta posição, declarou neutralidade, orientando a militância a votar em branco, nulo ou no PT. Diante da postura, 36,1% de seus sufrágios migrariam para a petista e 16,9% se isentariam, votando em branco ou nulo.

SALDO ANTERIOR
No levantamento anterior, publicado dois dias antes do primeiro turno, Aécio aparecia com 53,7% dos votos válidos dentro do então eventual cenário de segundo turno entre o tucano e Dilma. A petista contabilizava 46,3% de intenções, na oportunidade. O senador venceu em quatro cidades da região (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires), enquanto a petista teve êxito em dois municípios (Diadema e Rio Grande da Serra). Marina Silva triunfou em apenas uma, em Mauá.

Nenhum dos candidatos desembarcou no Grande ABC nesta fase derradeira do processo. Por outro lado, apoiadores fizeram atividades espalhadas nas sete cidades em prol das candidaturas aliadas. Vice na chapa de Aécio, o senador paulista Aloysio Nunes (PSDB)compareceu quarta-feira em evento em Mauá com discurso de angariar votos de Marina, vitoriosa na cidade. Os prefeitos petistas Carlos Grana (Santo André), Luiz Marinho (São Bernardo) e Donisete Braga (Mauá) reforçaram corrida em favor da presidente.