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Profissão tradicional tem preferência
Bruno Martins
Especial para o Diário
18/08/2011 | 07:06
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Entre os alunos da EE Delfino Ribeiro Guimarães, em Mauá, que já definiram qual profissão exercer no futuro, a maioria optou por uma carreira popular ou tradicional. Boa parte dos meninos, por exemplo, quer realizar o sonho de ser jogador. “Aqui está cheio de Neymar”, brincou a professora Nair Leia Pereira, referindo-se ao atleta mais badalado do momento.

A escola, localizada no bairro Capuava, participou ontem da 5ª edição do Desafio de Redação, concurso literário promovido pelo Diário, que também será realizado nas outras seis cidades da região e deve terminar em setembro.

Neste ano, foram propostos dois temas. Quem cursa até o 2º ano do Ensino Médio deve escrever sobre as Profissões do futuro. Para os alunos do 3º ano do Médio, a proposta é Profissões do pré-sal, da indústria do petróleo e gás.

Uma estudante do 5º ano do Ensino Fundamental, porém, chama a atenção por estar antenada às atuais necessidades do mercado de trabalho. Carolina Maria da Silva, 11 anos, afirmou que deseja ser engenheira de petróleo. Ela descobriu a carreira após ler a cartilha que aborda os temas propostos no Desafio.

“Pesquisei (sobre a profissão) na internet, vi que ganha bem e é o melhor para o meu futuro”, afirma Carolina.

Sobre o Desafio, a professora afirmou que já estava instigando os alunos a refletir sobre os temas propostos desde o dia 1º de agosto. Além de propor a produção de redações e debater o tema em sala de aula, Nair pediu que os estudantes também fizessem um gibi sobre as profissões. “Eles gostam de coisas criativas.”

A coordenadora do ciclo 2 (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental da escola, Márcia Lima Toffetti, ressaltou a importância do Desafio e dos temas sugeridos envolverem a escolha profissional. “A maioria dos alunos não tem uma perspectiva. Eles não sabem qual carreira seguir.”

Os alunos de outra escola, o Sesi 079 Centro Educacional, também participaram do Desafio ontem. “Eles receberam a cartilha e acharam o assunto interessante, porque não são profissões do cotidiano”, afirmou a coordenadora pedagógica da instituição, Valderez Geraldo.

s escolas estaduais Maria Elena Colônia, Maria Aparecida Damo Ferreira, Profª Irene da Silva Costa e Prof. Antônio Lapate Neto também participaram do Desafio, ontem.

 

Automação industrial se aprende na prática

Os robôs estão no imaginário de qualquer criança, principalmente dos meninos. Quando crescem, alguns transformam o gosto pelo brinquedo em profissão. O mercado de automação industrial e robótica cresce a cada dia no País, mas ainda não há um curso de graduação específico da área, o que significa que o profissional aprende na prática, no dia a dia de trabalho.

Em São Bernardo, uma empresa do ramo ampliou o quadro de funcionários de 12 para 80 nos últimos quatro anos. A maioria começa como estagiário, e tem grandes chances de crescer na carreira. “Tudo depende do quanto o jovem é esforçado. Ele precisa se especializar, fazer cursos voltados à área, oferecidos por escolas técnicas e no Senai, mas fora da grade dos cursos normais”, explicou o engenheiro mecânico Gustavo Barini, 36 anos.

Ele percorreu esse caminho: formou-se como técnico em mecânica e depois partiu para a graduação. Começou como estagiário na empresa e hoje está em cargo de gerência.

Colega de trabalho de Barini, o técnico em mecatrônica Márcio Fernandes Garcia, 32 anos, é um dos responsáveis por executar os projetos desenvolvidos pelo setor de engenharia da empresa. Segundo os profissionais, fazer um robô é fácil. O difícil é adaptar o robô às necessidades das empresas que atuam em diferentes áreas: farmacêuticas, siderúrgicas, alimentícias, automobilísticas, entre outras.

Esta é a principal diferença entre a formação técnica e o nível superior da área, além do salário. O teto para um técnico é de cerca de R$ 2.500. Já um engenheiro pode ganhar até R$ 10 mil, dependendo da especialização.

Garcia teve a oportunidade de desenvolver sua paixão pelos robôs, que começou ainda adolescente, quando participou de feira enquanto cursava aprendizagem industrial no Senai. “Ainda durante o curso consegui emprego na área e não saí mais. Há muitas oportunidades na carreira”. (Camila Galvez)




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