O atropelamento dos palmeirenses no Km 17 da Via Anchieta, domingo, que resultou na morte de Leonardo da Mata Santos, ganhou ontem personagem até então desconhecido pela polícia. Se na segunda-feira o empenho total era para encontrar André Maceno Apocalypse, 26 anos, filho da proprietária do Audi A3 que acertou os torcedores na rodovia em São Bernardo, ontem juntamente com o suspeito apresentou-se no 2º DP, em Rudge Ramos, o segurança Bruno Richard Clementino, 24, que assumiu conduzir o carro.

Ambos chegaram ao distrito policial por volta das 18h e, após cerca de três horas de depoimentos, foram liberados pela polícia. “Recebemos o contato do defensor do André dizendo que o cliente faria apresentação espontânea. E ele honrou com isso. Sabíamos que havia outros ocupantes no Audi e junto do suspeito apresentou-se o senhor Bruno, que confessou estar ao volante. Por ser apresentação espontânea e por estarmos em período eleitoral – cinco dias anteriores e posteriores ao do pleito, exceto flagrante –, não pode ser preso e foi colocado em liberdade”, explicou o delegado titular do 2º DP, Luiz Jesus de Castro, que detalhou o depoimento do autor dos atropelamentos. “Ele contou que foi tudo muito rápido, que agiu para tentar sair do local porque estava com a camisa da Torcida Jovem. Foi indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar) e homicídio tentado”, emendou. “E como se apresentou espontaneamente, não vejo motivo para ele estar assumindo no lugar do amigo”, disse o delegado.

Bruno Richard Clementino já tinha passagem pela polícia em 2009 por briga com torcedores do São Paulo no Vale do Anhangabau, mas teve o caso arquivado. Ele e André deixaram a delegacia por volta das 22h com os rostos cobertos e sem falar com a imprensa. O advogado de ambos, Paulo Eduardo Soldá, também preferiu não se pronunciar. 

Torcedor alviverde atropelado é interrogado e detalha emboscada