Moradores da Vila Cecília Maria, em Santo André, precisam se arriscar todos os dias atravessando passarela em péssimas condições, localizada em cima de um canal tomado pelo lixo, no fim da Rua Amarílis. Além de correr o risco de cair por conta da precária estrutura, quem precisa usar a passagem também sofre com a possibilidade de contrair doenças. Segundo os vizinhos da via, ratos e mosquitos são comuns no local por causa da sujeira e entulho que se acumulam por toda a extensão.

Com o risco visível de possíveis acidentes, a cabeleireira Elaine Trindade, 39 anos, diz não passar mais por ali. “Ela (a passarela) está totalmente torta e suja. Não utilizo mais. Prefiro fazer o trajeto mais longo de 15 minutos que passar pela ponte e levar cinco minutos para chegar em casa, mas correr riscos.”

A passagem, utilizada como rota alternativa para moradores do bairro chegarem à Rua Carijós, ainda atraiu nos últimos meses grupo de moradores de rua, que utilizam o espaço abandonado como teto. “A ponte está repleta de mendigos. Esses dias eles ficaram falando alto e ninguém conseguiu dormir”, reclama a dona de casa Lourdes Nonako, 64. Ela ainda explica que por diversas vezes pediu o auxílio da Prefeitura para resolver o problema, entretanto, o órgão público só faz reparos básicos na sustentação da passarela.

Para a dona de casa Wanda Favero Cardoso, 76, a esperança de ver a estrutura reconstruída já não existe mais. “Meu marido morreu sem ver nenhuma mudança e é bem provável que eu morra e tudo esteja do mesmo jeito. Estamos abandonados.”

MANUTENÇÃO

Procurada pelo Diário, a Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, disse que nos mais de 40 anos de existência da passarela, ela segue os mesmos moldes da passagem sobre o Ribeirão dos Meninos no Jardim Bom Pastor antes de ser substituída pela nova, em abril. Além disso, a administração municipal informou que “realiza a manutenção dela (a passarela), a pedido dos moradores, e já tentou algumas vezes fazer a remoção da mesma, porém a população não autoriza.”

Em conversa com os moradores após a resposta da Prefeitura, a versão da proposta de remoção foi negada. “Eles nunca solucionaram o problema. Uma vez até falaram que tinham verba, mas ela nunca foi usada aqui”, garantiu Lourdes.