Economia Titulo Nossas empresas
Moinhos da região têm
ritmo forte de vendas

Crescimento, que deverá cehgar a 25%, se
explica pelo alto consumo de pão e macarrão

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
12/10/2014 | 07:49
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André Henriques/DGABC


Enquanto a indústria automobilística anda em marcha lenta, por causa dos receios do consumidor de entrar em financiamentos, o segmento de moinhos de trigo vem em ritmo intenso neste ano, com crescimento de 20% a 25% no faturamento previsto para 2014 em relação a 2013. A explicação é simples, de acordo com os executivos desse setor: a compra do carro pode ser adiada, mas a população não abre mão do pãozinho diário ou do macarrão do domingo.

Números da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) mostram que o consumidor priorizou, neste ano, o consumo de alimentos e outros itens de primeira necessidade. No ano até julho, os supermercados estão com vendas 5,2% maiores em relação ao mesmo período de 2013. Já as concessionárias amargam queda de 15,3%.

Por conta disso, o segmento de moagem de trigo se beneficiou. O Moinho Santo André, por exemplo, projeta alta de 20% nas vendas em 2014. O diretor industrial, Manoel Ferreira, vê um ano tranquilo, em que está sendo possível investir em torno de R$ 7 milhões até dezembro para modernizar as instalações. A empresa, que conta com 240 funcionários e fatura em torno de R$ 5 milhões mensalmente (ou R$ 60 milhões no ano), mói hoje 7.000 toneladas por mês de trigo. Tem capacidade total instalada para 16 mil toneladas mensais e, além de marcas próprias de farinhas e pré-mistura, a companhia também obtém receita com a terceirização de atividades, ou seja, produzindo itens para outras empresas em sua capacidade excedente. Uma das parceiras é a Belarina Alimentos, que também está com ritmo acelerado, com estimativa de incremento de 20% neste ano. 

Parte dessa alta ocorreu por causa da elevação do preço da matéria-prima, mas o volume vendido também cresceu, em torno de 10%, explicou o CEO (executivo-chefe) da Belarina, o equatoriano Gonzalo Correa, que assumiu o cargo em setembro de 2013, como parte de processo de reestruturação administrativa, após a chegada da norte-americana Seaboard Corporation, que adquiriu 50% de participação na empresa. Com produção também em Cuiabá, capital do Mato Grosso, e em Curitiba, do Paraná, essa companhia se prepara para investir R$ 200 milhões na reforma de suas instalações e na construção de moinho, em Iperó, Interior de São Paulo, que vai duplicar a atual capacidade produtiva total (para chegar a 30 mil toneladas por mês). A perspectiva é, no prazo de três anos, substituir boa parte da produção feita no Moinho Santo André, com a nova unidade. Segundo Correa, no entanto, o Grande ABC, que conta com mais de 1.000 padarias, seguirá merecendo atenção especial por causa do forte potencial de consumo. O executivo destaca que, por conta disso, deve ser reforçada a equipe de representantes de vendas dedicada à região, hoje formada por 50 pessoas. Ele acrescenta que, no País todo, as perspectivas são favoráveis. “O consumo do brasileiro (de derivados do trigo) ainda é baixo. Na Argentina se mói 6 milhões de toneladas e no Brasil, 12 milhões, mas a população brasileira é seis vezes maior.” 

REFORMULAÇÃO

Outra fabricante que deve registrar crescimento expressivo é o Moinho São Jorge, de Santo André, que também tem marca própria de farinha e pré-mistura para preparação de pães, massas e pizzas. Segundo o integrante do conselho de administração Nilo Sírio, espera-se receita de 20% a 25% maior neste ano. 

Ele assinala que as instalações passaram por reforma e também por reformulação administrativa nos últimos dois anos, e a companhia, cujo moinho tem a maior capacidade produtiva do País (2.000 toneladas por dia ou 60 mil por mês) e emprega cerca de 200 funcionários, vinha operando só com 1/3 de sua carga. No entanto, está em vias de fechar contratos com novos grupos compradores de seus produtos, para continuar em seu processo de retomada.  




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