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Como é feita a vacina?
Bruna Gonçalves
Especial para o Diário
30/08/2009 | 07:02
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Primeiro é preciso saber que a vacina serve para nos proteger de várias doenças. Sua tarefa é estimular, no organismo de quem a recebe, a produção de substâncias para combater o vírus ou a bactéria (micróbio) que provoca determinada doença. Essas substâncias são os anticorpos.

Há uma vacina para cada doença feita com o micróbio que causa a moléstia para a qual é aplicada. O processo de fabricação é parecido, independentemente do seu uso.

No caso da vacina contra a gripe, o vírus é injetado em ovos de galinha que estão com embrião (que formam o pintinho, se forem chocados) ou em uma célula animal, como a do rim de macaco (mais parecida com a célula humana). O ovo é colocado em uma incubadora quentinha (que imita o ninho) para que o vírus se multiplique.

Depois de um tempo, os técnicos retiram o líquido que foi formado no ovo, com o vírus multiplicado. Passa por limpeza e tratamento para perder o poder de causar a doença, mas não a capacidade de estimular a produção de anticorpos, responsáveis pela defesa do corpo.

Após ajustes e testes, está pronta para ser aplicada. O restante do ovo é descartado. Cada ovo produz uma única dose de vacina. Quem é alérgico a ovo não pode tomá-la.

No caso da vacina contra doença transmitida por bactéria não é preciso passar pelo mesmo processo, porque esse micróbio tem a capacidade de se desenvolver sozinho e se dividir em outros. Só é preciso cultivá-lo e tratá-lo para ser aplicado. (Supervisão Teresa Monteiro)

Butantan é o maior produtor

O Instituto Butantan, em São Paulo, não é famoso apenas por produzir o soro contra veneno de cobra. É também o maior produtor de vacinas na América Latina. É ele que vai começar a fabricar a vacina contra gripe suína (conhecida como gripe A H1N1), a partir de outubro. A meta são 30 milhões de doses, que estarão disponíveis no início de 2010.

O processo será o mesmo adotado na produção de outras vacinas contra a gripe. Quando estiver pronta, será entregue ao Ministério da Saúde que determinará como será feita a distribuição.

Os laboratórios dos Estados Unidos e países da Europa já estão fabricando. Estão preocupados porque precisam vacinar a população antes do início do inverno, em dezembro. A contaminação é maior no frio, porque as pessoas ficam em ambientes fechados e mais juntas, facilitando a propagação.

Não é só criança

- A gente tem de tomar vacina a vida toda, não só na infância. Muitas exigem doses de reforço.

- Até completar 10 anos de idade, são 19 vacinas. A primeira é aplicada antes de sair da maternidade, a chamada BCG (contra a tuberculose), que pode deixar marquinha no braço.

Na adolescência, entre 11 e 19 anos, são mais 10.

- Na fase adulta, os reforços são a cada 10 anos. E na velhice, também há indicações específicas, como a da gripe e pneumonia.

- Peça para seus pais manterem atualizada sua carteirinha de vacinação. Na dúvida, dá para conferir o calendário completo no site http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21462

Soro combate veneno

Não confunda. Vacina estimula o corpo a produzir anticorpos para destruir o micróbio que causa a doença. Soro contém anticorpos que ajudam a combater o veneno, como a picada de cobra ou aranha, ou para impedir uma doença, como a raiva, caso tenha tido contato com um animal que esteja com raiva.

Para produzir o soro é preciso pegar o veneno e injetá-lo em um cavalo. Imediatamente o organismo do animal começa a desenvolver anticorpos contra o veneno, sem ser afetado por ele. Depois de alguns dias, retiram parte do sangue, da qual são separados os anticorpos. Após ser tratada, essa substância está pronta para ser aplicada.

O sangue é reinjetado e o cavalo fica bem. Repousa vários dias e volta ao laboratório para receber outra dose de veneno. Inicia-se nova produção.

Consultoria da pesquisadora Cosue Miyaki, do Instituto Butatan, e da médica Eliane Matos dos Santos, da Fiocruz




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