Vice na candidatura presidencial encabeçada por Aécio Neves (PSDB), o senador paulista Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) criticou as declarações do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), que anteontem afirmou que Aécio “foi governador de Minas Gerais, mas conhecia mesmo as boates do Rio de Janeiro”. “Tenho visto que o Luiz Marinho tem passado maior parte do seu tempo de expediente em campanha, pedindo votos, andando para cima e para baixo, em vez de cuidar da cidade. Por isso eu falo: ‘Vai trabalhar, Luiz Marinho’.”

Ao citar passagem bíblica – versículo 23, do capítulo 1, de Isaías –, Aloysio tornou a questionar o comportamento de Marinho. “Este versículo trata sobre um príncipe que é amigo de ladrões. O Luiz Marinho não chega a ser um príncipe, mas transitou com desenvoltura do chão de fábrica para a aristocracia”, disse. “Ele carrega todos os vícios do PT e todos seus chefes são ladrões. Foram apanhados com a boca na botija, assaltando os cofres públicos”, disparou o tucano, na sequência.

Aloysio ainda argumentou que o PT está “apavorado” com chance real de Aécio chegar ao segundo turno no lugar de Marina Silva (PSB). Pesquisas recentes de intenções de voto abrem possibilidade de a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição e cuja campanha é coordenada por Marinho em São Paulo, enfrentar Aécio em etapa derradeira.

O deputado estadual Orlando Morando (PSDB) também contestou as declarações de Marinho e rememorou episódio em que o petista, então ministro do Trabalho do governo Lula, foi envolvido em escândalo sexual da Volkswagen – à época, Marinho negou as acusações. “Segundo consta no relatório do senhor Klaus Joachim Gebauer (ex-gerente de recursos humanos da Volkswagen), ele (Marinho) era frequentador de boates quando presidia o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Talvez tenha tido flashback da vida dele.”

Coordenador das campanhas tucanas em São Paulo, Edson Aparecido foi outro político a reclamar da frase de Marinho. “É indício que eles (petistas) admitem que haverá segundo turno (na corrida presidencial). Foi infeliz.”

PSDB vai à Justiça por influência nos Correios

Presidenciável do PSDB, o senador Aécio Neves afirmou que irá à Justiça contra a suposta influência do PT nos Correios, que teriam evitado envio de correspondências em Minas Gerais do tucano e de seu correligionário, Pimenta da Veiga, que disputa o governo mineiro.

“Vamos responsabilizar criminalmente o ministro das Comunicações (Paulo Bernardo) e o presidente dos Correios (Wagner Pinheiro), que participaram deste crime. Centenas de pessoas não receberam nossas correspondências de campanha”, discorreu Aécio, ontem, em Mogi das Cruzes, ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tenta reeleição.

O caso veio à tona após divulgação de vídeo de reunião com funcionários dos Correios em que o deputado estadual mineiro Durval Ângelo (PT), ao lado de Wagner Pinheiro, afirmou que o “bom” desempenho eleitoral da presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta reeleição, e de Fernando Pimentel (PT), que busca o governo de Minas Gerais, era fruto do “dedo forte do PT” na estatal.

Alckmin e Aécio fizeram rápida caminhada na Praça da Igreja Matriz de Mogi das Cruzes. “Desejo que o governador Alckmin seja reeleito já no primeiro turno, porque aí ele vai andar comigo pelo Brasil inteiro no segundo turno”. Durante o ato houve princípio de conflito com uma professora da rede estadual que protestava contra o PSDB.