A presidenciável do PSB, Marina Silva, inflamou ontem discurso contra questionamentos de adversários a suas propostas e chamou a presidente Dilma Rousseff (PT) de “mentirosa”, durante gravação para os últimos programas de televisão do horário eleitoral, na Lapa, na Capital. Foi a primeira vez que a socialista impôs postura mais agressiva e disse que “não quer se parecer com essa gente”, em relação à petista.

Marina explorou a fala de Dilma, que afirmou desconhecer o caso de pagamento de propina pela Petrobras a parlamentares. “Não me venha chamar de mentirosa. Mentira é quem diz que não sabe que tinha roubo na Petrobras, mentirosa é quem diz que não sabe que tem corrupção neste País.”

A socialista discorreu que, apesar de ter ficado em terceira na eleição de 2010, se “alegrou” ao ver a primeira mulher eleita presidente do Brasil. Marina, entretanto, reclamou da cumplicidade de Dilma com atores de sua campanha que trabalham para desconstruir sua história. “Nunca pensei que uma mulher fosse permitir que fizesse a destruição de biografia honrada de outra mulher.”

Tema explorado por Dilma no debate de domingo, os votos contrários à CPMF (imposto que custeava a Saúde e extinto em 2007) de Marina enquanto senadora voltaram a ser colocados em pauta. “O processo legislativo para projeto ser votado tem muitas etapas. Há coisa que a gente vota com principal (destaque) e depois não vota com as emendas, ou vota com as emendas e não vota com a principal (matéria). Quem não foi nem vereadora e virou presidente do Brasil não entende isso”. Em alusão ao resgate do assunto da CPMF, Marina afirmou que há “CPI paralela” para vasculhar seu histórico no Senado. “Podem vasculhar”, ironizou.

Marina também alfinetou o tucano Aécio Neves, que disputa a ida ao segundo turno com ela. “Os que não apresentaram propostas são os que dizem que não tenho proposta. Estarei no segundo turno”, afirmou, sobre a falta de formalização dos programas de governo de Dilma e do tucano.