A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, intensificou ontem campanha por São Paulo ao realizar ato em Santos. A petista visitou a cidade litorânea, governada por Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), na tentativa de inflar os votos no Estado com maior resistência ao petismo. Após carreata, ela iniciou ataques à ex-senadora Marina Silva (PSB) ao que chamou de “momento de reflexão”. “Vamos votar em quem tem experiência de governo ou em uma aventura?”, disse, em referência à socialista.

Em cima do carro de som, Dilma percorreu locais históricos, começando a atividade na Praça da República e encerrando na Praça Mauá, em frente à prefeitura. “Vamos votar para ver consolidado o que foi feito e para ver mais mudanças ou vamos votar para ver o retrocesso?”, questionou, criticando adversários, incluindo o senador Aécio Neves (PSDB). O ato teve a presença de Alexandre Padilha, postulante do PT ao governo de São Paulo, do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), coordenador da campanha petista no Estado, e chefes de Executivo da Baixada. Cerca de 1.200 pessoas acompanharam o trajeto do caminhão.

Dando continuidade à linha de críticas, sem citar o nome da rival, a presidente declarou que tem candidatura no processo “contra o pré-sal”. A petista já havia se referido à pauta durante a empreitada. Para Dilma, a suposta proposta do programa de governo de Marina de colocar o tema em segundo plano é “fundamentalista, retrógrada e obscurantista”. “Vamos votar a favor do desenvolvimento do pré-sal. Tenho certeza que o brasileiro sabe escolher com consciência, razão e coração.”

Depois de adotar postura ofensiva, Dilma subiu nas pesquisas de intenções de voto. Em contrapartida, a candidatura de Marina vem desidratando gradativamente, perdendo força na reta final. No levantamento Ibope, publicado ontem, dentro do recorte paulista, por exemplo, a presidente aparece empatada numericamente com a ex-senadora, em 29%, cenário bem diferente de semanas atrás quando a diferença a favor do PSB era maior do que a margem de erro. O panorama ainda mostra Aécio Neves encostando na segunda colocada no âmbito geral (leia mais na página 7).

Próximo ao Porto de Santos, Dilma aproveitou para dar outra alfinetada na ex-ministra do Meio Ambiente da gestão Lula (PT). A presidente frisou que direitos dos trabalhadores portuários estão garantidos em eventual segundo governo. “Tem candidato por aí que queria mexer em direitos (trabalhistas). Eu já disse: ‘Nem que a vaca tussa’”, reiterou, interpretando que na lista de propostas apresentadas por Marina há atualização da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho).

MENSALÃO
Padilha minimizou falas de possível influência negativa dos presos do Mensalão sobre as candidaturas do PT no Estado. O postulante à sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB) apresenta 11% das intenção de voto na pesquisa Ibope. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Luiz Marinho atrelou o episódio dos condenados no escândalo ao mau desempenho em São Paulo. “A avaliação da eleição todo mundo vai fazer depois do pleito. Vai ter muita surpresa ainda. É bom esperar passar o processo para depois fazer consideração.”