Política Titulo Depoimento dia 2
MP convoca sócio de vítima do roubo na Sosp
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
18/01/2012 | 07:14
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Dando continuidade às investigações sobre o roubo no estacionamento da Secretaria de Obras e Serviços Públicos de Santo André, ocorrido dia 13 de junho, a 1ª Vara Criminal da cidade convocou Mauro Silvestre, sócio de Alberto Jorge Filho - vítima do crime - na empresa São José, e o motorista de sua Land Rover, que retornou ao local oito dias depois do assalto. As oitivas foram marcadas para o dia 2, a partir das 14h, para desvendar divergências entre depoimentos prestados até agora na Promotoria Pública.

Alberto Jorge afirmou que compareceu à secretaria para tentar desembaraçar projeto de contrapartida no valor de R$ 2,2 milhões envolvendo o empreendimento comercial e residencial na Avenida Industrial, 780, a qual considerava oneroso para os padrões da área. Ele queria audiência com o titular de Obras, Alberto Casalinho, para diminuir a compensação. Segundo o empresário, seu sócio voltou ao local para buscar outro projeto de contrapartida executado pela administração Aidan Ravin (PTB).

O MP pede a qualificação de Silvestre e do motorista, ainda não identificado, como fornecimento de dados oficiais, e o comparecimento de ambos para prestar esclarecimentos sobre o caso. Segundo a Promotoria, houve desacordo entre os depoimentos de Jorge Filho e as outras testemunhas do roubo. Entre as constatações das versões distintas, a presença de seguranças armados na Land Rover, conforme relato de pessoas que trabalham no prédio.

A suspeita se dá ainda pela incompatibilidade da dinâmica do veículo no espaço. A Land Rover blindada ficou estacionada na secretaria por apenas nove minutos (das 14h02 às 14h11) no dia 21 de junho, levantando indícios ao Ministério Público. Apesar do retorno ao estacionamento, o empresário assegurou que as pessoas que conduziram o automóvel não tiveram sucesso, pois o "projeto não estava pronto".

ANÁLISE

A Promotoria estuda os procedimentos administrativos relacionados à empresa Horizon 2, braço da construtora São José. Os documentos foram enviados ao MP no fim de novembro, após quatro meses da requisição. Com a análise, o promotor pretende averiguar se houve motivo para crime contra a administração pública.

Funcionários do estacionamento afirmaram, em depoimento, ter ouvido no local que o empresário conduzia R$ 70 mil na valise, a qual ele carregava ao ser assaltado por dois motoqueiros. Alberto Jorge afirmou que levava cerca de R$ 3.000 para despesas pessoais do dia.

A apuração do MP objetiva detectar a postura do governo petebista antes e depois do assalto. A Promotoria visa saber por meio dos documentos oficiais se houve tentativa de resolver o problema da contrapartida pedida pela Prefeitura e se foram dadas soluções ao caso, especialmente no período posterior à entrada da Land Rover no estacionamento.




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