De olho na eleição de 2014 e criticando o PSDB, prefeitos e vereadores eleitos e reeleitos do PT se reuniram ontem em Embu das Artes. Embora os petistas tenham adotado discurso de troca de experiências, o desempenho da sigla nas eleições municipais, elegendo 68 chefes de Executivo e 675 parlamentares no Estado, motivou as conversas sobre 2014.

O PT tem dois objetivos para o próximo pleito: reeleger a presidente Dilma Rousseff e interromper a hegemonia do PSDB no governo de São Paulo, que dura 20 anos. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha - que participou do encontro -, é cotado para disputar pela sigla o Palácio dos Bandeirantes.

"É natural que, quando se faz um balanço eleitoral, sobre o melhor resultado eleitoral da história do PT em São Paulo, consequentemente você acaba falando de 2014, por que o partido saiu fortalecido", disse o presidente estadual do PT, Edinho Silva.

Antecipando o que pode ser um dos motes da campanha daqui a dois anos, os petistas também criticaram a decisão dos governos paulista e mineiro, administrados pelo PSDB, de não aceitarem a renovação dos contratos de concessão de energia elétrica, que prevê redução de 20% na conta de luz.

Sem citar nomes, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, usou a questão energética para criticar o senador Aécio Neves (PSDB-MG), eventual presidenciável tucano em 2014. "O cara parece mais presidente da Cemig (Companhia Elétrica de Minas Gerais) do que candidato a presidente", disse a ministra.

Para Edinho Silva, é um erro primário e grave do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), ao enfrentar a medida proposta por Dilma. "A energia é um insumo básico do processo produtivo. No meu entender é um erro grave. São Paulo está virando as costas para um esforço nacional e internacional de responder a uma crise semelhante à (crise econômica) de 1929."

Na abertura do evento, Ideli revelou que os prefeitos petistas se encontrarão com Dilma entre os dias 28 e 30 de janeiro. O objetivo é trocar informações sobre como os municípios podem pleitear recursos do governo federal, em programas como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

DE MUDANÇA

Novidade na dança das cadeitas do primeiro escalão do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), que participou ontem do encontro. O secretário adjunto de Planejamento Urbano, José Walter Pontes, se desligou do cargo. Ele vai atuar na gestão do petista Carlinhos Almeida em São José dos Campos. Será substituído por Alexandre Miguel.