As duas maiores forças políticas de Diadema cortejam vereadores eleitos e reeleitos que se dizem independentes para conquistar a presidência da Câmara no biênio 2013/2014. Tanto o PV, do prefeito eleito Lauro Michels e que tem o PSDB como principal aliado, quanto o PT, que encabeçará a oposição ao próximo governo, sondam o bloco de centro, até aqui com cinco integrantes, mas que busca a adesão do PR - que elegeu outros quatro parlamentares.

Enquanto o desfecho desse caso não ocorre, a hipótese de o Legislativo ter três candidatos à presidência persiste.

O terceiro bloco é formado pelos vereadores eleitos Célio Boi (PSB), Vaguinho do Conselho (PSB), Ricardo Yoshio (PDT), Pastor João Gomes (PRB) e Cida Ferreira (PMDB). Eles já iniciaram diálogo pela composição com o PR, de Talabi Fahel, Reinaldo Meira, Luiz Paulo Salgado e José Zito da Silva.

O PT, que cogitava lançar candidato próprio à presidência da Casa (o favorito era Manoel Eduardo Marinho, o Maninho), já abre a discussão com os partidos que integram a sustentação ao prefeito Mário Reali (PT). A estratégia do petismo é fortalecer a futura oposição a Michels, mesmo que para isso tenha de articular para que aliados comandem a Câmara.

"Temos diálogo com eles (vereadores do bloco independente). O compromisso é que haverá junção com esse grupo e a presidência pode sair daí. Mas tudo pode mudar amanhã", reconhece Orlando Vitoriano (PT).

O discurso adotado pelo bloco independente é de abertura de diálogo com os dois lados. Sobretudo, cogita lançar terceira via para o comando da Casa caso as conversas não sejam bem-sucedidas.

"A candidatura (à presidência) vai depender da discussão de projetos políticos para a cidade, mas é possível (que ocorra). O PT tem seis vereadores, enquanto o PSDB e o PV têm outros seis. Com certeza (os dois grupos) vão nos procurar. Estamos aguardando reuniões", afirma Célio Boi.

A formação do bloco desperta atenção dos aliados de Michels, que buscarão diálogo pela adesão desses parlamentares à base governista. O fato de a bancada se proclamar "independente" é satisfatório, segundo o vereador Zé Dourado (PSDB), favorito para ser o indicado do prefeito eleito para o comando do Legislativo.

O tucano avalia que o compromisso dos vereadores com Reali irá até 31 de dezembro e, a partir da posse de Michels, no dia seguinte, o cenário mudará.

"Acredito que para eles é interessante vir com o novo governo, pois querem o bem da cidade e saberão respeitar o voto da população", discorre.

As atividades da Câmara irão até 20 de dezembro, quando os 17 vereadores devem votar o Orçamento de Diadema para 2013, previsto em R$ 932,9 milhões. A seguir, as conversas para a escolha do futuro presidente da Casa devem chegar às definições.