Política Titulo Diadema
Onda de renovação impediu reeleição, avalia Reali
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
14/11/2012 | 07:08
Compartilhar notícia


Dezessete dias depois de não conquistar a reeleição para administrar a Prefeitura de Diadema, o prefeito Mário Reali (PT) avaliou que sua derrota decorreu principalmente pela "onda do novo" que atingiu o Brasil. "Foi um mote que todo dia você via. Era ligar na TV para ver gente pedindo renovação. Ficou difícil."

O petista concedeu primeira entrevista exclusiva ao Diário após o resultado eleitoral, que consagrou o vereador Lauro Michels (PV) como próximo prefeito de Diadema. Sem demonstrar ressentimentos, afirmou que espera pelo sucesso do governo do verde "pelo bem da cidade", mas fez questão de exaltar seu trabalho à frente do Paço.

Reali enalteceu quatro pontos que considerou cruciais para gerir o município: o acordo para não ceder completamente a Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) para a Sabesp; a renovação da frota após a falência da ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema); o processo de municipalização do Ensino Fundamental; e, principalmente, a estabilização dos sequestros de receita para pagamento de precatórios.

"Gostaria de ter segundo mandato para entregar obras e ter governo com mais realizações do que foi o primeiro governo. Vou deixar série de filhos biológicos para serem adotados pelo próximo prefeito. Espero que ele crie bem esses filhos", discorreu Reali.

O prefeito afirmou não se considerar "injustiçado" pelo PT ou por eleitores diademenses. Para ele, Michels "soube explorar bem" seus pontos fracos. "Ele disse muita coisa, vamos ver se reverte. Será que vai criar nova ETCD? Acho que ele não é louco de fazer isso."

Outro ponto que o petista ressaltou como fator para a derrocada do PT foi a instalação das catracas nos terminais Diadema e Piraporinha da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). "A catraca virou pauta do debate, tanto da nossa campanha quanto da do Lauro. Confundiu e atrapalhou muito", avaliou, sobre o fim da integração gratuita no transporte coletivo.

O chefe do Executivo também afirmou que pesou a participação da cúpula estadual do PSDB na campanha de Michels e resgatou o clima de acirramento visto nas ruas nos últimos dias da eleição. "Tinha muito material do PT destruído, banners rasgados. Teve muita depredação de material."

Reali rechaçou aposentadoria política. Disse que vai continuar militando pelo PT de Diadema, mas não definiu seu futuro. Há especulações que indicam que ele vai atuar em São Paulo, São Bernardo ou Santo André, cidades que serão administradas pelo PT a partir de 1º de janeiro.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;