Política Titulo Participação
Maioria dos eleitos quer
o Estado no Consórcio

Aproximação serviria para impulsionar ações da instituição,
que atualmente sofre para tirar propostas regionais do papel

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
11/11/2012 | 07:34
Compartilhar notícia


Cinco dos sete prefeitos eleitos no Grande ABC defendem a participação do governo do Estado no Consórcio Intermunicipal, com direito a assento efetivo nas reuniões propositivas da entidade. A aproximação serviria para impulsionar ações da instituição, que sofre para tirar as propostas regionais do papel.

Paulo Pinheiro (PMDB-São Caetano), Lauro Michels (PV-Diadema), Donisete Braga (PT-Mauá), Saulo Benevides (PMDB-Ribeirão Pires) e Gabriel Maranhão (PSDB-Rio Grande da Serra) apoiam abertamente a inclusão do governo estadual na mesa de debates. Somente Luiz Marinho (PT-São Bernardo) não vê necessidade de abrir cadeira à gestão do Estado, enquanto Carlos Grana (PT-Santo André) diz preferir esperar por consenso antes de emitir opinião.

A maioria dos futuros gestores municipais entende que o ingresso de representante do governo Geraldo Alckmin (PSDB) vai potencializar o Consórcio. Alckmin, inclusive, é entusiasta da proposta, já adotada em conselhos regionais de Campinas, no Interior, e da Baixada Santista. Mas a tratativa deve ser intensificada somente depois da definição do presidente no grupo de prefeitos - o favoritismo é de Marinho.

"Precisamos de algo que funcione. Se for só para se reunir, convidarei os prefeitos para comer pizza, pastel ou lanchinho", dispara Michels, que pede também abertura a integrantes do governo federal no Consórcio. Vislumbrando contato mais estreito com o Executivo estadual, Donisete avalia que o assento efetivo serviria para Alckmin se reparar com a região pelo fato de não ter nomeado ninguém das sete cidades a cargos do primeiro ou segundo escalões do Palácio dos Bandeirantes.

Saulo e Maranhão até projetam os pedidos que podem ser feitos ao Estado se houver representante na mesa do Consórcio. Para o peemedebista, há espaço para debater a construção de alça de acesso do Trecho Leste do Rodoanel a Ribeirão Pires. Já o tucano solicita reformulação da estação de Rio Grande da Serra da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Pinheiro, por sua vez, sintetiza o pensamento da maioria dos prefeitos: "De onde veio eu não quero nem saber, eu quero é ajuda."

Contrário à proposta de vaga cativa do governo do Estado na entidade regional, Marinho pede participação concreta da gestão de Alckmin nos debates do Grande ABC. "O que nós precisamos é que o Estado assuma a responsabilidade de discutir o desenvolvimento regional", cobra o petista, que cita como canal de diálogo o Conselho de Desenvolvimento Metropolitano, que conta com integrantes das 39 cidades da Região Metropolitana. "Teremos de sair da teoria e discutir projetos concretos."

EXEMPLOS

Dois consórcios regionais com participação do governo do Estado demonstram avanços mais substanciais do que a entidade do Grande ABC. A Região Metropolitana de Campinas, com 19 municípios e criada em 2000, conseguiu se estruturar após receber altos investimentos e acréscimo populacional. O conglomerado de municípios interioranos tem PIB (Produto Interno Bruto) avaliado em R$ 77,7 bilhões.

Já a Região Metropolitana da Baixada Santista, de nove cidades e instituída em 1996, também desenvolve trabalhos mais efetivos com a presença do Estado nas discussões regionais. O PIB da área praiana é de R$ 39,9 bilhões.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;