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Suspeite de clínicas que ofereçam pacotes milagrosos, diz dermatologista
01/09/2011 | 14:06
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Suspeite de clínicas que ofereçam pacotes milagrosos, diz dermatologista Por Angélica Sales São Paulo, 01 (AE) - No início dos anos 90, quando a técnica de depilação a laser sequer existia no Brasil, a dermatologista paulista Valéria Campos começava sua especialização no tema na Universidade Harvard (EUA). "Meus primeiros pacientes eram ratos", lembra. Ao voltar para cá, três anos depois, capacitou médicos e foi uma das primeiras profissionais a oferecer o procedimento em sua clínica. Acompanhou de perto, portanto, a transformação de seu objeto de estudo num dos mais procurados tratamentos estéticos da atualidade. Vice-presidente do Departamento de Laser da Sociedade Brasileira de Dermatologia e responsável pelo Ambulatório de Cosmiatria e Laser da Faculdade de Medicina de Jundiaí, Valéria tem a autoridade que se espera de um profissional para recomendar o método com segurança. Mas a seriedade de seu trabalho também a credencia a fazer um importante alerta: é preciso ter cuidado com as clínicas que oferecem resultados milagrosos a preços módicos, divididos em parcelas a perder de vista. "O risco é pagar por uma depilação e ficar com mais pelos do que antes." Na entrevista a seguir, a médica explica o passo a passo da técnica, suas características e indicações, além de dar dicas para a escolha de um profissional idôneo. - Como é a depilação a laser? VALÉRIA CAMPOS - O laser é uma fonte de luz. Quando essa luz é emitida, entra dentro da pele e busca o pigmento que dá cor ao pelo. Só quando ele é encontrado é que o calor é liberado. Esse aquecimento, rápido e localizado, leva à destruição completa ou parcial do pelo. Se for bem feito, aquele pelo não voltará a nascer. - O procedimento é mais eficaz em quem tem pele clara? VALÉRIA CAMPOS - Sim. Como a busca é pelo pigmento, quanto mais grosso e preto for o pelo, maior a chance de ele ser destruído em uma única sessão. Na pele clara, ele se destaca. Mas quando o laser é usado em pessoas mais morenas ou bronzeadas, a cor da pele compete com a cor do pelo na hora em que a luz entra. Para contornar esse problema, quem tem essas características deve procurar clínicas que possuam equipamentos com duração de pulso superlonga, que são específicos para esse fim. É bom saber também que é mais difícil eliminar pelos claros. - Qualquer pessoa pode fazer? VALÉRIA CAMPOS - Não há restrições. Até crianças podem fazer. Mas quando você faz numa menina, antes da menarca, podem surgir novos pelos depois da primeira menstruação. O mesmo ocorre na menopausa: pode nascer outro pelo, mas aquele que foi removido nunca mais vai voltar. - Quantas sessões são necessárias e qual a média de preço? VALÉRIA CAMPOS - Depende da quantidade de energia usada. Com a minha experiência, prefiro usar energias mais altas, assim elimino os pelos em menos sessões. Mas há quem prefira usar laser mais fraco. É importante dividir essa decisão com o paciente: ele quer um tratamento mais forte ou mais fraco? Para não criar muitas expectativas, eu diria, de modo geral, que cinco sessões são suficientes. Por uma questão de ética médica, não posso falar sobre preços. Mas vale um aviso: desconfie se uma sessão custar menos do que R$ 300. - O que as mulheres mais pedem? E os homens? VALÉRIA CAMPOS - Elas querem depilar virilha, buço e axilas. Já os homens querem acabar com o pé da barba, porque são pelos que geralmente encravam. E muitos adolescentes querem tirar a barba toda e os pelos do peito. O risco é se arrepender no futuro, porque o procedimento é definitivo. - Como escolher um bom profissional? VALÉRIA CAMPOS - Em primeiro lugar, cheque se a clínica tem um médico responsável: essa é uma exigência do CRM (Conselho Regional de Medicina). Outra dica é procurar profissionais que sejam membros da Sociedade Brasileira de Dermatologia (www.sbd.org.br). Os sites da Anvisa (www.anvisa.org.br) e do FDA (www.fda.gov) também informam sobre os equipamentos. Mas o importante mesmo é suspeitar de clínicas que oferecem pacotes milagrosos, com inúmeras sessões a, por exemplo, R$ 50. Algumas utilizam equipamentos fracos, que não são aprovados pela Anvisa. Eles apenas afinam e clareiam o pelo - e, nessas condições, não dá mais para removê-lo. Ou seja, a pessoa gasta mais tempo e dinheiro e volta para casa com mais pelos do que antes. Então, na dúvida, peça ajuda ao seu dermatologista: ele certamente vai indicar um profissional sério.



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