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Rede Anhanguera compra UniABC
Por Leone Farias
do Diário do Grande ABC
29/07/2011 | 07:07
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Claudinei Plaza/DGABC


O grupo Anhanguera Educacional adquiriu a União para a Formação, Educação e Cultura do ABC, que é a mantenedora da UniABC, de Santo André. O valor da aquisição, que totaliza R$ 56 milhões, abrange R$ 49,5 milhões pagos à vista mais R$ 6,5 milhões em dívidas da Unifec.

É mais um passo para a companhia consolidar sua presença no Grande ABC. Esta foi a quarta instituição adquirida na região: em 2007, a empresa fincou o pé em Santo André com a compra da UniA; no ano seguinte, foi a vez da Faenac, de São Caetano, e no início deste ano, a Anchieta, de São Bernardo.

O diretor regional da Anhanguera, Carlos Alberto Ramos, cita que o negócio - cujas conversas se estenderam ao longo deste ano - atraiu o interesse do grupo, pela perspectiva de se fortalecer em um mercado com forte potencial de crescimento.

Ele explica que a estratégia da empresa, focada no público jovem que trabalha e estuda, combina com a natureza industrial da região. Ramos acrescenta que, neste semestre, não muda nada na estrutura da UniABC (nem na área pedagógica nem na gestão) e que não há intenção de enxugar o quadro de funcionários. Essa escola tem 9.000 alunos matriculados. Com a aquisição, a Anhanguera passa a ter 30 mil estudantes no Grande ABC. Procurada pela equipe do Diário, a UniABC não retornou até o fechamento desta edição.

ACIONISTAS - Para especialistas no setor educacional, o negócio não surpreende. "A Anhanguera precisa comprar ativos para cumprir objetivos estabelecidos pelos seus acionistas", afirma o consultor Carlos Monteiro. Para ele, tornam-se alvos instituições com bons indicadores financeiros ou as que, por problemas de gestão, enfrentam dificuldades mas estão em mercados considerados atrativos.

O grupo, junto com a Estácio de Sá e a Kroton, formam as três companhias de capital aberto do setor educacional no País e todas têm realizado expansão por meio de forte movimento de aquisições nos últimos anos. "A maneira mais fácil e rápida é comprar instituições de ensino", cita Monteiro.

Ao expandir, a empresa também consegue reduzir custos, pelo maior poder de negociação. "Conseguimos adquirir livros com 30% valor de capa da editora", diz Ramos.

O problema, na avaliação do consultor, é que esses grupos de capital aberto focam mais nos acionistas e menos nos alunos. Apesar disso, esse processo de concentração do setor deve continuar, prevê o especialista.




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