A Prefeitura de Mauá planeja começar em quatro meses as obras de contenção das margens do Rio Tamanduateí. A ideia é resolver o problema da erosão, que pode provocar a queda dos barrancos que acompanham o curso do canal.

As intervenções vão custar R$ 22 milhões, verbas que virão do Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal.

Segundo a coordenadora de projetos da Prefeitura, Maria Inês Soares, o financiamento está aprovado, mas o acordo não foi celebrado. "Acredito que em até quatro meses teremos o contrato assinado para darmos início às obras."

O projeto foi inscrito no PAC em junho do ano passado, ainda durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O trecho que receberá intervenções vai do Viaduto Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira até a antiga base da Guarda Civil Municipal, perto da Avenida Washington Luís, passando pelo Jardim Rosina e Vila Magini.

"Estão previstas obras de contenção, com a construção de taludes, além da recomposição da vegetação e até a remoção de famílias que estão em áreas de risco."

Maria Inês não informou quantas moradias serão removidas, mas adiantou que algumas residências que estão no caminho foram erguidas em áreas classificadas como de risco alto e muito alto. Os trabalhos deverão ser concluídos em até um ano.

‘Já era hora de fazerem alguma coisa'

A dona de casa Maria Ester Marques de Lima, 32 anos, mora há uma década com marido e quatro filhos em residência distante menos de dez metros do leito do Tamanduateí e sabe de cor os problemas.

"Quando chove, o rio enche e transborda. A sujeira faz aumentar o número de insetos e ratos e ainda tem muito mau cheiro. Já era hora de fazerem alguma coisa por aqui", afirmou.

O segmento que terá obras tem aproximadamente 1,7 quilômetro. As encostas são recortadas em todo o trecho, ora se aproximando do rio, ora se distanciando. Os barrancos também são irregulares e não têm a mesma altura.

Além de todo o plano de contenção, desapropriações e recomposição da vegetação, a Prefeitura de Mauá irá utilizar parte dos recursos para pavimentar o local em que passará a futura Marginal da Vila Magini, uma das três projetadas pela administração.