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Grupo lança rede para empreendedoras
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
19/01/2011 | 07:31
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O tempo em que as mulheres só cuidavam da casa ficou para trás. Elas já representam 37% dos negócios abertos e caminham para se tornar dirigentes da metade deles até 2015, segundo dados do Sebrae-SP. De olho nessa importante fatia do mercado, foi lançado ontem uma rede social específica para mulheres empreendedoras e com foco em priorizar a integração entre gestoras dos mais variados negócios em todo o País.

"É um espaço para troca de figurinhas mesmo porque é preciso espaço maior na internet para discutir negócios e formar parcerias. Até hoje existiam grupos divididos em várias comunidades virtuais, mas nenhuma rede específica de negócios para mulheres", conta a sócia do site Ana Lúcia Fontes, em parceria com Gildo Henrique e Regina Ama, seus parceiros também no site de críticas positivas chamado elogieaki.

Para acessar o conteúdo do novo portal é preciso apenas se cadastrar no endereço www.redemulherempreendedora.com.br. A inscrição é gratuita.

"É um portal onde teremos debates, discussões e orientações, tudo voltado ao mundo dos negócios. Em breve também lançaremos e informaremos lá sobre eventos que devem ser ministrados na sede da rede", completa Ana.

Entre os serviços que estarão disponíveis no portal está a orientação sobre como administrar melhor os negócios, com troca de informação diretamente com quem já venceu o desafio.

"Fora do País já existem duas redes sociais nestes moldes, voltados para mulheres, mas aqui isso ainda era tratado com pouco cuidado. Nossa expectativa é de crescer muito até o fim do ano." Para isso, a rede leva em consideração números que atestam que as mulheres empreendedoras já são 7,7 milhões no Brasil (veja mais abaixo).

MAIS ESPAÇO - Para aquelas que estão mirando ampliar os negócios ou mesmo abrir um empreendimento, a rede oferece a opção de locação de salas de reuniões, espaços para eventos e auditórios com preços que variam de R$ 10 até R$ 65. Para quem preferir fixar o escritório no local, ainda é possível fechar a locação por horas mensais com custos que vão desde R$ 60 por um dia até R$ 200 por 200 horas. "É uma boa opção para quem tem negócios em São Paulo, mas ainda não tem como bancar um aluguel por aqui", explica.

A abertura do espaço caiu como uma luva para os planos de Danielle Tome, empresária do setor se comércio e serviços em São Bernardo. Com a demanda da empresa crescendo, ela deve locar o auditório para treinamentos e orientações com representantes de vendas em outros Estados.

"É algo que não precisamos dispor todos os dias e fazer algo desse porte em nossa sede seria inviável. A possível locação dele aqui facilita, até pela logística", aponta. Com seis anos de estrada, Danielle afirma que a iniciativa - pioneira no País e que já é sucesso lá fora - é fundamental para ajudar quem ainda está tentando engrenar o empreendimento.

"É uma alternativa sensacional e que faz falta no dia a dia", aponta.

Elas dominam abertura de empresas no Brasil

Além das pesquisas feitas pelo Sebrae que apontam que é cada vez maior a participação feminina na abertura de negócios no País, tanto formais quanto informais, estudo feito pelo projeto internacional GEM (Global Entrepreneurship Monitor), com metodologia desenvolvida nos Estados Unidos e Inglaterra, mostra que nos últimos três anos e meio as mulheres responderam por 53,4% dos empreendimentos abertos no País. Pedro João Gonçalves, consultor do Sebrae-SP, diz que elas ainda são maioria nos setores de serviços e comércio, enquanto os homens se sobressaem nos segmentos de indústria e agropecuária.

"O crescimento maior na abertura de negócios entre mulheres, cruzando as informações, é porque elas têm mais facilidade de trabalhar por contra própria. Embora também cresça o número de empresas dirigidas por elas com empregados, a maioria ainda é tocada pela própria profissional."

Com a expansão na concorrência, o consultor avalia que a criação de um portal para que haja interação direta com outras profissionais e orientações dirigidas aos negócios é fundamental no auxílio para quem ainda está abrindo a empresa.

"A ausência de planejamento dificulta a vida do empresário nos primeiros momentos da empresa. Atualmente, 27% delas fecham no primeiro ano e muitas são por falta de planejamento. Por exemplo: qual o mercado que você vai atender, quais as características do seu público-alvo? Se os clientes compram a vista ou a prazo. Isso não é claro, assim como o tratamento com fornecedores. Nesse sentido uma rede social auxilia sim, até a gestão de negócios."




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