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Unimed oferece R$ 26 mi pela Neomater
Paula Cabrera
do Diário do Grande ABC
13/11/2010 | 07:30
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A maternidade Neomater está próxima de encontrar a luz no fim do túnel. Depois de ser lacrada pela Justiça em agosto, com dívidas que somam R$ 255 milhões, o estabelecimento recebeu duas propostas para voltar à ativa. A mais volumosa partiu da Unimed ABC e prevê a compra do prédio onde está instalado o hospital geral por R$ 26 milhões.

Conforme adiantado pelo Diário, o grupo já havia confirmado o interesse na aquisição do espaço, no entanto, o valor dos débitos deixados pela administração anterior fez com que a entidade repensasse a proposta.

"Arrendamento constitui sucessão e envolve todo o risco de que a empresa assuma o passivo deixado pela Neomater. Com isso, estudamos toda a situação e optamos pela compra da unidade isolada, pois, do ponto de vista jurídico, se ocorrer mesmo a falência, isso não compromete a Unimed", explica o especialista em direito falimentar contratado pelo grupo, Luiz Fernando Valente de Paiva.

Como a rede Neomater possui quatro matrículas de imóveis - uma do hospital geral, uma da maternidade, onde o grupo iniciou os trabalhos, uma do terreno com o esqueleto de um prédio e outra das salas comerciais na Avenida Caminho do Mar - a venda do hospital, desde que com a aprovação em assembleia de 50% dos credores mais um, protege a Unimed em futuras ações contra o grupo.

"Se a ação acabar na falência, também temos o interesse em comprar todo o complexo. Mas, neste momento, nosso empenho é para garantir a compra do hospital geral e colocá-lo em funcionamento o mais rápido possível", esclarece o advogado. A ideia do grupo é bancar R$ 3 milhões no registro da escritura e o restante em parcelas mensais pagas em cinco anos.

Apesar de substancial, a proposta ainda enfrentará a preferência dos credores no dia 6, uma vez que o Hospital Santa Marina também demonstra interesse em assumir o local. A proposta do grupo paulista, já protocolada em Juízo, é de pagar R$ 250 mil mensais, por dez anos, pelo arrendamento do espaço, totalizando R$ 30 milhões.

"A proposta feita pela Unimed não cobre 15% da dívida e, comprando ciente do processo, há a garantia do juiz de que não haverá fraude. Já o arrendamento você traz a demanda, mantém o patrimônio e garante o dinheiro mensalmente. Pelos nossos cálculos, o hospital aberto e em pleno funcionamento tem faturamento mensal de R$ 13 milhões a R$ 15 milhões, o que viabiliza pagamento para todos. É preciso que os credores pensem bem antes de efetivar a decisão", avalia o interventor judicial, Carlos Alberto Casseb.

Interventor pede o congelamento dos bens da empresa

O interventor nomeado pela Justiça para assumir o Neomater, Carlos Alberto Casseb, diz que pediu o congelamento dos bens do grupo e levantamento de tudo o que foi vendido antes de sua nomeação pela Justiça. A decisão acontece por conta de reportagem do Diário que confirma a venda de quatro salas comerciais de propriedade da rede, localizadas na Avenida Caminho do Mar. "Isso nos pegou totalmente de surpresa. Nada pode ser vendido até o fim da ação de recuperação judicial", explica o advogado.

O investidor Lino Ravin, comprador das salas, atesta que as adquiriu em março, após leilão judicial para quitar débitos trabalhistas. Ravin colocou os espaços para locação por R$ 2.100. A intenção do interventor é questionar a decisão em juízo e pedir a reintegração das salas como parte do patrimônio da empresa.




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