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Sindicalistas se reúnem com Lupi para flexibilizar ponto eletrônico
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
17/08/2010 | 07:43
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A partir de sábado, todos os empresários que utilizam o ponto eletrônico para controlar a jornada de trabalho de seus empregados serão obrigados a trocar os equipamentos por outros que emitam tíquetes - para registrar entrada, ida ao almoço, volta do almoço e saída - e que tenham acesso para pen-drive - para que, ao chegar à empresa, o fiscal do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) somente coloque o dispositivo no relógio de ponto e obtenha todas as informações dos trabalhadores.

A medida determinada pelo MTE por meio da Portaria 1.510, entretanto, não está tirando o sono somente dos empregadores, mas também dos sindicalistas. Tanto que representantes das seis principais centrais sindicais dos trabalhadores (Força Sindical, CUT, CTB, CGTB, UGT e Noval Central) vão se reunir hoje com o ministro do Trabalho e Emprego Carlos Lupi, às 17 horas, com o intuito de negociar propostas de flexibilização.

Segundo o presidente em exercício da Força Sindical, Miguel Torres, embora a preocupação do ministro ao publicar a portaria seja justa, já que o principal objetivo é coibir o excesso de fraudes de empresas contra funcionários, que muitas vezes não contabilizam o horário de trabalho corretamente e muita gente deixa de ganhar pelo que trabalhou a mais, é preciso haver exceções.

"Vamos propor que, em empresas onde já haja acordos sindicais que beneficiem os funcionários, que o controle da jornada de trabalho seja feito entre sindicato e empresa", aponta Torres. "Nas montadoras do Grande ABC, por exemplo, o horário de trabalho proposto por acordo sindical é muito mais flexível do que se a portaria for seguida à risca", complementa.

Na avaliação do sindicalista, não dá para retroceder em algumas questões, como o horário de almoço, que em muitos lugares não é fixo, e é o chefe imediato quem controla. "Imagine o trabalhador tendo que guardar 92 tíquetes no mês. Isso se ele não fizer hora extra", ressalta.

Por meio de nota, a diretoria da CUT partilha da opinião da Força, alegando que o intuito é "fazer com que seja garantido o respeito aos acordos coletivos existentes, sendo os mesmos valorizados como processos de aperfeiçoamento da democracia nas relações de trabalho, em especial nas empresas em que existe organização por local de trabalho".

O MTE não limita a forma de marcação de entrada e saída, apenas exige a existência de um controle maior. Nas microempresas isso pode ser feito por meio do livro de ponto e, nas pequenas, pelo cartão de ponto. A dificuldade fica por conta das médias e grandes, que têm de administrar muitos funcionários, o que geraria gasto extra que pode variar entre R$ 3.000 e R$ 7.000 para a troca das máquinas de ponto eletrônico e filas de trabalhadores para a retirada dos seus quatro tíquetes diários.




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