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Infraestrutura
Usuário da região mira obras em Congonhas

Investimento de R$ 2 bi da Aena em intervenções visa melhorar infraestrutura do aeroporto

Gabriel Gadelha
Especial para o Diário
06/05/2024 | 07:01
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Valter Campanato/Agência Brasil


Alexandre Luis Gonçalves, 54, diretor comercial e morador do Grande ABC, mais precisamente de São Bernardo, utiliza semanalmente o aeroporto de Congonhas para viajar a negócios pelo Brasil. E apesar de destacar os benefícios do terminal na Capital, ele diz ser necessário reconhecer que o número crescente de usuários tem superado os investimentos realizados até agora no local. No entanto, um projeto de modernização com investimento de R$ 2 bilhões até 2028 promete mudar esse cenário. O anúncio do aporte foi feito pela empresa espanhola Aena, que assumiu a concessão do aeródromo da Capital e de outros dez no País em 2023.

“É sempre uma correria danada, com inúmeras atividades, responsabilidades, compromissos e horários já marcados. Com uma estrutura mais moderna, todas as pessoas que fazem de Congonhas ‘parte da rotina’ sairão ganhando”, diz Gonçalves.

Congonhas é um dos principais pontos de partida e chegada para os moradores da região. E ganhará um novo terminal de passageiros com mais que o dobro do tamanho atual. O projeto do segundo aeroporto mais movimentado do Brasil, com 22,3 milhões de passageiros no ano passado, atrás apenas de Guarulhos (41,2 milhões), inclui um novo pátio de aeronaves de 215 mil m² e 19 pontes de embarque, objetivando ganhar mais eficiência operacional, atendendo às demandas crescentes de São Paulo. 

O diretor comercial destacou as dificuldades atuais na utilização do aeroporto. “Parar o carro é complicado. O trânsito e a ‘sede’ do pessoal da CET em fazer dinheiro com as multas são alguns fatores complicadores de Congonhas”, afirma.

A Aena está de olho na situação. Para melhorar a circulação viária e reduzir o trânsito no acesso a Congonhas, será criado bolsão para carros de aplicativos e de locadoras e nova praça pick-up com 72 vagas para embarque em carros de aplicativos. O espaço de meio-fio terá incremento de 250 metros para embarque e desembarque dos passageiros e haverá acesso à futura estação de metrô da linha Ouro.

A área de embarque e desembarque irá dobrar de tamanho, chegando a 105 mil m². O terminal de embarque terá novo salão de check-in com 72 posições, podendo chegar a 108. 

“Para quem utiliza os fingers no meio do aeroporto, as mudanças serão ótimas. Porém, os que precisam caminhar até portões mais remotos, como o 12, é melhor chegar cedo”, diz o diretor.

O projeto prevê 19 novas pontes de embarque, em substituição às 12 atuais, garantindo 70% ou mais dos embarques diretos às aeronaves. Haverá dez portões de embarque remoto, dando novo uso ao hangar tombado.

As obras para o novo terminal de passageiros começarão ainda em 2024, com a conclusão prevista até junho de 2028. Depois de todas as reformas, Congonhas poderá movimentar até 29,5 milhões de usuários.

Terminal passou por duas reformas importantes nos últimos quatro anos 

Congonhas passou por importantes reformas. Em 2020, houve intervenção na pista principal, com investimento de R$ 11,5 milhões para melhorar a drenagem, aumentar a aderência dos pneus das aeronaves ao pavimento e reduzir o risco de aquaplanagem. 

Em 2022, foram entregues duas áreas de escape que utilizam o sistema EMAS (Engineered Material Arresting System), feito por blocos de concreto projetados para se corromper em caso de emergência, servindo como uma camada adicional de segurança, desacelerando as aeronaves que ultrapassam a área permitida da pista. A obra custou R$ 122,5 milhões. 

Superlotação e falta de conforto são pontos levantados pelos usuários 

“Toda sala de embarque no térreo é ruim, muitos portões, pouco espaço para acomodação dos passageiros que aguardam os seus voos e transporte para as aeronaves por ônibus”, critica Eliana Garcia Guglielmoni, empresária e moradora de São Bernardo, de 57 anos, que costuma viajar pelo terminal paulistano.

Eliana deve encontrar condições mais satisfatórias em Congonhas ainda neste ano. Entre as melhorias planejadas pela Aena estão a ampliação da sala de embarque remoto e a oferta de mais salas VIP internas. Já foram realizados o reforço das equipes de limpeza e de segurança, e antecipação do horário de abertura do raio X. 

Já Regina Frederico, executiva, 47, utiliza frequentemente o aeroporto para visitar a família em São Bernardo. Proveniente de Porto Alegre, ela cita a urgência de expansão robusta para atender à crescente demanda dos passageiros. 

“Precisa de mais espaços para aeronaves e serviços aos passageiros. Acredito que isso deva diminuir os gargalos, mas pelo tamanho da área não sei se será suficiente para a demanda crescente de voos em São Paulo”, diz Regina.

A executiva afirma que Congonhas tem problemas de superlotação, que têm resultado na limitação das opções de voos devido à falta de infraestrutura, dificultando a operação eficiente do aeroporto. 




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