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Sábado, 27 de Abril de 2024

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Faltaram contrapartidas
Da Redação
27/03/2024 | 08:19
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A decisão do governo federal de conceder pacote de incentivos no valor global de R$ 19,3 bilhões para montadoras de veículos, via Mover (Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação), que visa a descarbonização da frota do País, tem gerado justificada preocupação. A falta de contrapartidas exigidas das empresas beneficiadas é ponto particularmente alarmante, especialmente para os contribuintes do Grande ABC. A história recente, marcada pelo adeus que a Ford deu para a cidade de São Bernardo, em 2019, mesmo após ter recebido cerca de R$ 20 bilhões em aportes de dinheiro público feitos pela União, ressalta a necessidade de se criarem políticas mais sólidas e responsáveis.

Este Diário é favorável a políticas públicas que estimulem a industrialização. Todavia, a ausência de compromisso claros a serem cumpridos por parte das montadoras que se beneficiarão deste vultoso pacote de incentivos é flagrante desrespeito ao dinheiro público e à confiança da população. No momento em que o País enfrenta desafios econômicos e sociais significativos, é inadmissível que o governo federal não imponha condições rigorosas para garantir que tais investimentos resultem em benefícios tangíveis para a sociedade. O caso emblemático da Ford é alerta contundente sobre os riscos da falta de transparência e prestação de contas – indispensáveis quando se fala em dinheiro do contribuinte.

O desfecho dessa história evidencia a fragilidade das políticas de incentivo sem fiscalização adequada e a imposição de compensações que assegurem a permanência e o desenvolvimento sustentável das atividades das empresas beneficiadas. Diante desse cenário, é imperativo que o governo federal reavalie a política industrial e estabeleça medidas eficazes para garantir a responsabilidade das montadoras em contribuir com o desenvolvimento econômico e social do País. A lição deixada pela Ford deve servir de advertência para que erros do passado não se repitam e para que recursos públicos sejam utilizados de forma mais transparente e eficiente, em prol do bem-estar coletivo e do progresso nacional.




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