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Sábado, 27 de Abril de 2024

VIVIA JANDO
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Turismo com sabor de brunch
Rodermil Pizzo
26/03/2024 | 11:59
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Quando turistas viajam para destinos como Las Vegas, Aruba ou Paris, comumente são abordados por guias locais ofertando ingressos para atrações e shows. Grande parte destes espetáculos é apresentada e encenada por drag queens – no passado, eram denominadas “transformistas”, hoje rebatizadas em uma versão mais atualizada, respeitosa e socialmente correta por drags. A busca pelo aculturamento local levam os turistas a teatros e casas de espetáculos, vide a Broadway em Nova York.

Estes shows são sempre muito glamourosos e requintados em suas produções e figurinos. Em Las Vegas, por exemplo, são comuns os cassinos com shows com covers de artistas consagrados, como Madonna, Cher, Britney Spears e tantas outras celebridades da música. Tais performances são tão perfeitas e realistas que o público fica em dúvida se realmente não está assistindo a uma apresentação da própria personalidade homenageada. A perfeição dos movimentos, das coreografias e do figurino é tamanha que muitos famosos se reconhecem em seus covers e até os homenageiam, permitindo que os mesmos se apresentem como sósias oficiais e os enaltecem nas redes sociais, fazendo com que estas drag queens se tornem celebridades com grande número de fãs e seguidores.

No Brasil, por anos nos destinos turísticos, as poucas vezes em que fui convidado a conhecer um show de drag queens, sempre foram na região Nordeste, em casas de espetáculos improvisadas e as apresentações focavam nas caricatas estereotipadas, transformando o espetáculo em comédia pastelão. Não que isso fosse um problema, já que os turistas se divertiam muito.

Pesquisando por estes espetáculos ofertados para turistas e locais, me deparei com o Drag Brunch. De imediato, me chamou a atenção por associar drags (figuras que performam normalmente na noite) com brunch (que ocorre em horário vespertino). Eu fui conferir, para entender o propósito e o tipo de espetáculo apresentado. Para minha extrema surpresa, o Drag Brunch superou em muito tudo o que já havia visto no Brasil e fora dele. Com figurinos dignos de grandes produções, atendimentos exemplares, todos sentados confortavelmente, assistimos às dublagens e performances de artistas de grande gabarito.

O público heterogêneo e ao mesmo tempo homogêneo interagia. A discriminação não tem vez de fala. Respeitoso, sem exageros e com muita simpatia, a figura icônica de Ikaro Kadoshi, um artista e drag queen, verborrágica, porém inteligente e muito carismática, era ovacionada o tempo todo pelo público e convidados. Mais uma vez, o turismo de shows e eventos demonstra que em terra brasilis nada deixa a desejar.

Rodermil Pizzo é doutorando em Comunicação, mestre em Hospitalidade e colunista do Diário, da BandFMBrasil e do Diário Mineiro.




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