O vereador e presidente da Câmara de Mauá, Geovane Corrêa (PT), protocolou nesta quinta-feira pedido de afastamento por 31 dias. O parlamentar, no último mês, tem sido alvo de ataques de adversários políticos que atribuem a ele a prática de pedofilia. O suposto caso teria ocorrido em 2021, quando assumiu a direção do Legislativo.A denúncia partiu do vereador Sargento Simões (PL) e tem sido fomentada pelo deputado estadual e ex-prefeito Atila Jacomussi (Solidariedade).

Geovane fala abertamente sobre o caso, enfatiza sua inocência e diz ser vítima de ‘fake news’ (notícia falsa). Para ele, adversários políticos fazem “política baixa” e, por isso, vão ter que “pagar judicialmente.”

A acusação contra o presidente da Câmara estaria embasada a partir de outro crime, mas cometido contra ele. Em 2021, logo após assumir a presidência, Geovane Correa foi alvo de um golpe, que consistiu em ameaças e extorsões. Um grupo criminoso enviava fotos de mulheres e adolescentes nuas e assim que a vítima abria mensagem as chantagens tinham início. Boletim de Ocorrência, segundo Geovane, foi feito na época, mas cópia não foi apresentada ao Diário. “Ocorre que adversários e inimigos políticos sem qualquer tipo de escrúpulo ou caráter utilizaram de tal conteúdo privado para criar uma narrativa caluniosa e difamatória, me imputando falsamente e dolosamente algo tipificado como crime e que jamais cometeria”, afirma Geovane Correa.

O afastamento, apesar de ainda não ter passado pelo crivo da Câmara, será votado na próxima terça-feira. A suplente Cida Maia (PT) já foi acionada, e em alguns dias, será empossada. O vice-presidente Vaguinho do Zaíra (PSD) assume o comando da mesa diretora e passa a conduzir os trabalhos do Legislativo.

Geovane, em entrevista recente ao Diário, afirmou que não se afastaria do cargo e confirmou conversas com o núcleo duro do PT que acompanha o caso e analisa a possibilidade, diante do dano político, de tirá-lo da disputa eleitoral.

A denúncia contra o presidente da Câmara, formalizada há alguns dias, é investigada pela Polícia Civil de Mauá, a partir de encaminhamento do MP (Ministério Público).

“Alguns deles (denunciantes) que são políticos e que foram presos em flagrante por roubar dinheiro da merenda, responderão por toda a divulgação criminosa que foi realizada”, dispara Geovane.

Simões e Atila estão mirando artilharia pesada contra Geovane Correa, aliado de primeira hora do prefeito Marcelo Oliveira (PT), com a tentativa desestabilizar o governo e a base com vistas às eleições municipais. Tanto o vereador do PL quanto o deputado do Solidariedade se colocam como candidatos na corrida eleitoral ao Paço mauaense.