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Investigação
Gaeco faz operação em Ribeirão por suspeita de fraude na saúde

Funcionário de OS que gere o setor na cidade é alvo da ação Raio X, que mira grupo que agia em contratos públicos; Prefeitura determina auditoria

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
30/09/2020 | 08:15
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Divulgação


Policiais civis e promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, estiveram ontem em Ribeirão Pires para cumprimento de mandado de busca e apreensão no âmbito da Operação Raio X, que visa desmontar esquema de desvio de recursos públicos no setor e em contratos com OSs (Organizações Sociais) de Saúde. O governo do prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB) informou que a ação envolveu Osvaldo Coca Moralis, funcionário da Santa Casa de Birigui, gestora da saúde municipal, e que atuou na cidade como contratado da instituição.

Conforme o Gaeco, trabalho de dois anos identificou a criação de “sofisticado esquema de desvio de dinheiro público envolvendo empresários, agentes públicos e profissionais liberais” – foram expedidos 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca, sendo 180 em São Paulo e 57 em outros Estados, além do sequestro de bens e valores.

“Há indícios de esquema de desvio de verba pública por meio da celebração de contratos de gestão entre organizações sociais e o poder público, em sua maioria, através de procedimentos licitatórios fraudulentos e contratos superfaturados. Foram identificados dezenas de envolvidos com o grupo criminoso divididos em diversos núcleos, cada um com sua colaboração na prática das infrações penais. De acordo com o apurado, houve a aquisição de grande quantidade de bens móveis e imóveis, sendo que parte da evolução patrimonial do grupo se deu justamente no período da pandemia”, discorreu o MP.

A Santa Casa de Birigui, contratada pela Prefeitura de Ribeirão Pires para fazer a gestão da saúde municipal, também foi alvo da operação. A instituição chegou à cidade em 2018, já no governo de Adler Kiko Teixeira (PSDB). Só neste ano, a instituição recebeu R$ 9 milhões da Prefeitura.

Em nota, a Prefeitura de Ribeirão Pires afirmou que o mandado foi cumprido na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Santa Luzia, unidade municipal na qual Osvaldo Coca Moralis trabalhou e que era gerida no contrato da Santa Casa de Birigui. Moralis trabalhou no município entre janeiro de 2019 e janeiro de 2020.

“A Prefeitura segue à disposição para colaborar com todas as informações necessárias na investigação realizada em âmbito estadual e nacional. Embora o objeto da busca e apreensão seja relacionado a Osvaldo Moralis, a Prefeitura determinou auditoria nos contratos com organizações sociais”, acrescentou.

A Operação Raio X foi um braço da Operação SOS, que atingiu a gestão do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Dois secretários e um assessor do governador foram presos. Houve também ação na Câmara de São Paulo 

Ação envolve dirigente regional do PSB

Outro alvo da Operação Raio X, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, foi Wilson Pedro da Silva, secretário do PSB estadual, ex-chefe de gabinete do vereador paulistano Eliseu Gabriel (PSB) e coordenador regional do partido no Grande ABC.

Morador de Santo André, Wilson é figura constante nas agendas da legenda pela região. Esteve, por exemplo, na inauguração do diretório do partido na cidade, que hoje funciona como QG político do candidato do PSB à Prefeitura de Santo André, Ailton Lima.

Figura próxima do ex-governador e atual candidato socialista à prefeitura de São Paulo, Márcio França, Wilson foi uma das lideranças que afiançaram o ingresso de Ailton à sigla para pavimentar a campanha do ex-vereador – bem como França.

O Gaeco não detalhou os motivos pelos quais Wilson está na lista de investigados da Operação Raio X. Apenas informou que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao dirigente do PSB. Eliseu Gabriel determinou a exoneração dele, em caráter imediato. “Se sua inocência for provada, ele será readmitido”, declarou o parlamentar, ao Uol. Wilson não foi localizado para comentar o caso.
 




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