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Sábado, 20 de Abril de 2024

Nova cédula de R$ 200, e daí?
Do Diário do Grande ABC
05/08/2020 | 23:59
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Dia 29 o BC (Banco Central) anunciou que colocará em circulação a nota de R$ 200. Além dos memes, para muita gente (de mais idade, como eu) veio a lembrança da época de inflação crônica, em que a introdução de cédulas de valores cada vez maiores era muito comum. Entretanto, quando olhamos a inflação atual, ela raramente foi mais baixa do que agora. Por que, então, o BC resolveu lançar essa cédula? Em resposta curta, foi porque aumentou a demanda por papel-moeda. Ou seja, as pessoas e empresas estão mantendo montante maior de cédulas do que costumavam antes da pandemia. Isto é exatamente o contrário do que acontecia quando convivíamos com taxas de dois dígitos ao mês. Quanto mais alta é a taxa de inflação, menor é a demanda por papel-moeda, porque ela ‘derrete’ mais rápido, isso é, ela perde poder de compra mais rapidamente. Assim, nesse ambiente as pessoas preferem trocar por ativos que recebam juros que compensem, pelo menos parcialmente, a perda de poder aquisitivo.

Essa demanda maior por papel-moeda se deve a maior poupança precaucional por grande parte das pessoas que estão recebendo o auxílio emergencial de R$ 600 mensais e que não têm conta bancária. Diante das incertezas econômicas que essas pessoas estão passando, buscam gastar hoje o mínimo necessário. Além disso, dado o maior isolamento físico, boa parte das pessoas deve ter diminuído a frequência de saques, fazendo com que aumentasse o valor de cada saque e o valor médio mantido em papel-moeda em casa. Outra possibilidade é que esse aumento da demanda por moeda seja puxado, pelo menos parcialmente, por maior informalidade da economia. O BC, por sua vez, está aumentando a oferta de papel-moeda, isso é, imprimindo mais cédulas e colocando em circulação. Imprimir cédulas de R$ 2 ou R$ 200 custa praticamente a mesma coisa, mas para atender a determinada demanda pode-se diminuir o custo total imprimindo cédulas de R$ 200, porque a quantidade de cédulas impressas é menor do que fazê-lo com notas de R$ 2. Se o foco for excessivo na minimização do custo de imprimir dinheiro, poderá impactar na falta de cédulas de menor valor para facilitar o troco.

Há chance de que essa seja a última nota nova de real a ser criada por bom tempo. Pois, com a implantação do PIX (sistema de transferência eletrônica instantânea do BC, que deve entrar em operação este ano) e com política de bancarização voltada para pessoas que estão necessitando do auxílio emergencial e não têm conta bancária, a demanda por papel-moeda deve cair muito. Nessa realidade, que não está tão distante, a falta de troco será coisa do passado e guardar dinheiro debaixo do colchão talvez se torne expressão que poucos entenderão.

Josilmar Cia é graduado em economia, mestre e doutor em administração de empresas e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.


PALAVRA DO LEITOR

Líbano
Quem não viu as imagens da grande explosão no Líbano? Ainda não se sabe se foi acidente ou talvez atentado, mas me compadeço neste momento às tantas famílias que perderam seus amados. Entretanto, também me atenho a navio da Marinha do Brasil (em ação junto à ONU – Organização das Nações Unidas), que está por lá. Graças a Deus era o dia deles terem atividades mais distantes do porto. Seria isso por acaso ou o acaso de Deus? Digo que com certeza foi o livramento de Deus. E esses livramentos de Deus estão em tantos momentos em nossas vidas e infelizmente não somos sensíveis para notar. Estão ao volante, quando, por um triz, você não bate o carro; no chinelo que escorrega, mas que você encontra algo para segurar, ou então o tombo seria feio. Até pessoas que se afastam de você sem que não entenda o porquê. O Deus criador dos céus e da terra é incrível, onisciente, onipresente e onipotente. Como eu amo este Deus.
Rosângela Caris
Mauá

Incoerente
Assim como seu chefe Jair Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes só blefa, não entrega o que promete e, goela abaixo, quer recriar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), repaginada com novo nome para confundir o contribuinte. Irrequieto, porém, improdutivo, Guedes chama o sistema tributário brasileiro de ‘manicômio’ que só privilegia grupos com poder. Ora, se grupos com poder neste País são beneficiados por que, então, ele apresenta reforma tributária inócua e fatiada, e despreza reforma abrangente, bem-vista pelos governadores, mercado e especialistas, e que já está sendo discutida no Congresso? Se Paulo Guedes realmente deseja economia forte, que acabe com esse tal ‘manicômio’, que apoie a reforma tributária abrangente já no Congresso e tenha coragem também, como há um ano prometeu, de apresentar reforma administrativa. O Resto é só blá-blá-blá.
Paulo Panossian
São Carlos (SP)

Reformas
Entendo que, assim como muitos especialistas, a mais urgente e necessária das reformas é a administrativa e não a tributária. Não há país pobre, com tanta desigualdade social, que aguente pagar Estado tão inchado e com tantos benefícios e penduricalhos para determinadas classes. Se existe teto salarial, que se cumpra. É lei. Precisamos rever a necessidade de tantos senadores, deputados, vereadores, assessores etc. É tarefa fácil? Não, mas essencial. O País tem 5.570 municípios, dos quais 1.253 têm menos de 5.000 habitantes, com estrutura de cidade. O menor tem 781 habitantes, segundo o IBGE. Absurdo. Esses podem ser comarcas de cidades maiores. Determinando tamanho do Estado que queremos, aí sim é hora de partir, com base sólida, para o que será necessário na reforma tributária. Como está desenhada hoje, é mais um imposto à vista, o que não aguentamos mais. Contamos com Bolsonaro, eleito democraticamente para esta difícil empreitada, assim como toda sua equipe engajada. Esse é o caminho para Brasil decente rumo ao primeiro mundo.
Mauri Fontes
Santo André

Pinóquio
O presidente Bolsonaro a cada dia que passa se torna o Pinóquio nacional, pois não há toma lá dá cá, ‘não’ ao Centrão, não defende a Operação Lava Jato e, pasmem, não haverá criação de impostos! Lembrem-se disso em 2022.
Tânia Tavares
Capital

Concordo
Os leitores Benome Augusto de Paiva e Nilson Martins Altran expressaram nesta coluna suas opiniões sobre o regime militar que governou o País de 1964 a 1984 e evitou que o Brasil se tornasse nova Cuba (Militares – 1 e 2, dia 31). Concordo plenamente com as declarações deles. Em minha opinião, o governo militar foi a melhor época que o Brasil viveu nos últimos tempos. Tenho 80 anos e comecei a cursar a universidade, USP (Universidade de São Paulo), exatamente em 1964. Durante o curso de seis anos, nunca tive qualquer problema com autoridades, embora convivendo com pessoal da UNE (União Nacional dos Estudantes). Nessa época, estudei, trabalhei, casei, criei meus filhos, cuidei dos meus pais , comprei casa, carro, e sendo o único de casa a trabalhar. O mesmo aconteceu com muitos contemporâneos. A propósito, acho que quem se propõe a dar opinião nesta Palavra do Leitor deveria sempre frisar ‘na minha opinião’ e não falar como se fosse o dono da verdade, o que acontece frequentemente.
Donaldo Dagnone
Santo André 




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