Prefeito de Mauá está no CDP em Pinheiros depois de ser alvo da Trato Feito
A defesa do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), ingressou no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF (Supremo Tribunal Federal), ambos em Brasília, com pedido de habeas corpus para soltura do socialista, preso na quinta-feira, no âmbito da Operação Trato Feito. Atila é acusado pela PF (Polícia Federal) de liderar esquema de desvio de dinheiro público e pagamento de propina para agentes políticos da cidade, o que ele nega.
No STJ, o pedido foi sorteado e caiu nas mãos do ministro Rogério Schietti Cruz. O magistrado foi o mesmo que rejeitou diversas ações da defesa do socialista na primeira prisão do chefe do Executivo, em maio. Schietti Cruz negou, por exemplo, habeas corpus de soltura e de retorno às funções – tanto a liberdade quanto a autorização para regressar à cadeira foram feitas pelo ministro Gilmar Mendes, do STF.
O Diário apurou junto a pessoas próximas do prefeito que há maior chance de o Supremo conceder liberdade ao político, justamente pelo histórico negativo do ministro do STJ. A expectativa é a de que o recurso seja analisado até amanhã, já que o STJ entra em recesso na quinta-feira. A linha dos advogados é a de que não houve fatos novos que motivassem nova detenção do político.
Atila foi detido porque, segundo a PF, continuou a praticar delitos mesmo após a deflagração da Operação Prato Feito, que o acusa de receber indevidamente recursos de contratos superfaturados na compra de uniforme e merenda escolares. Desta vez, a instituição afirmou que o socialista pagava até R$ 260 mil por mês a 21 vereadores e um suplente, dinheiro esse fruto de sobrepreço de acordos com dez prestadoras de serviços com a Prefeitura e com a Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá).
O chefe do Executivo ficou um dia na Superintendência da PF em São Paulo, no bairro da Lapa, e, na sexta-feira, foi transferido ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, também na Capital. Além dele, a PF prendeu João Gaspar (PCdoB), ex-secretário de Governo na gestão de Atila.
Em nota emitida na sexta-feira, Atila negou as acusações. “Este novo e arbitrário decreto de prisão nada mais faz do que requentar fatos que já eram conhecidos e tinham motivado o decreto anterior que foi revogado pela Suprema Corte. Não é admissível dar uma nova roupagem para fatos pretéritos e conhecidos para se renovar o pedido de prisão. A medida, além de ilegal, não possui lastro empírico nem idônea motivação. Infelizmente, este é um triste sintoma do momento policialesco em que vivemos.”
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