A Faculdade Tijucussu, no bairro Santa Paula, em São Caetano, vai fechar as portas no dia 20 de dezembro. A instituição de Ensino Superior, pertencente ao grupo Uniesp, mantinha cerca de 160 estudantes, divididos em três cursos: Administração de Empresas, Direito e Serviço Social. Alunos e professores estão revoltados com a situação.

De acordo com os discentes, nenhum representante da faculdade informou sobre a medida de forma oficial. Os estudantes ficaram sabendo do fechamento na semana passada por mensagens em grupos de WhatsApp.

Estudante do 7º semestre do curso de Direito, Carla Aline Gonzalez, 22 anos, se diz revoltada. “Só depois que cobramos a direção chamaram cada representante de sala para informar que o prédio será entregue em dezembro e que os alunos não ficariam desamparados.” A jovem soube que será transferida para unidade na Mooca, na Zona Sul da Capital. “A faculdade decidiu que vai fechar e não avisou. Nos transferiram para uma das unidades da Uniesp e não perguntam se é viável”, reclama.

A maior parte dos estudantes ressalta que escolheu a unidade de São Caetano devido à proximidade de casa. Esse é o caso de Sandra Regina do Nascimento, 44. Aluna do 4º semestre também do curso de Direito, ela pensa em desistir do curso, já que terá dificuldades para se deslocar até outros campi. “Não consegui transporte de graça para ir até a Mooca. Se me colocarem para terminar o curso na unidade de São Bernardo, não sei se chego em tempo para aula, que começa às 18h30. Muda toda a nossa programação.”

Além disso, os alunos destacam que na próxima semana entram em provas finais e, agora, ficam sem cabeça para terminar o ano, pois temem o futuro do sonhado diploma.

O professor de Direito Penal Herbert Gavazza Marques frisou que pior do que o descaso com os alunos foi o que os professores sentiram, tendo em vista que ficaram sabendo do encerramento das atividades por meio dos alunos. “Há dois anos essa faculdade não faz sentido em existir. São poucos os estudantes e a unidade não consegue se manter. Pago para trabalhar, pois não compensa vir até aqui. Venho pelos meus alunos.” Os professores não sabem se serão remanejados ou se ficarão desempregados.

Na noite de ontem, representantes da Uniesp reuniram alunos e professores para dar explicações no anfiteatro da unidade São Caetano. No entanto, a comunidade acadêmica saiu do auditório revoltada com o considerado “descaso”.

Os boatos dão conta de que o grupo não está conseguindo manter o prédio financeiramente e precisou vender o espaço. A equipe do Diário procurou a Uniesp, no entanto, o grupo não retornou até o fechamento desta edição.