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Sábado, 20 de Abril de 2024

Magia que não decola

Segundo filme da série ‘Animais Fantásticos’, ‘spin-off’ de Harry Potter, estreia hoje

Daniela Pegoraro
15/11/2018 | 07:00
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Divulgação


O mundo mágico de Harry Potter está longe de ter fim. Para aqueles que se emocionaram com lançamento do último filme da saga, em 2011, receberam de braços abertos a surpresa que foi o anúncio de uma nova série de longas no estilo spin-off, roteirizada pela própria J.K Rowlling. Animais Fantásticos e Onde Habitam chegou há dois anos aos cinemas, introduzindo a história que se passa décadas antes do nascimento de Harry, protagonizada pelo carismático Newt Scamander (Eddie Redmayne) e as criaturas mágicas que carrega dentro da mala. A sequência da trama tem estreia hoje com o longa Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald – e traz, para agrado e sentimento nostálgico dos fãs, personagens da saga original. 

No entanto, com exceção de Dumbledore (Jude Law), os personagens conhecidos atuam como figurantes e citações aleatórias, sem relevância para a trama. Dentre eles estão Nicolau Flamel, Minerva McGonnal e a fiel cobra companheira de Voldemort, Naggini – essa anunciada ainda nos trailers como mulher amaldiçoada a ser trancafiada no corpo de serpente. A história de Naggini nunca antes fora abordada dos livros, e, portanto, causou grande estardalhaço entre os admiradores das séries. Mas, no filme, sua atuação poderia facilmente ser dispensada sem fazer diferença.

O longa tem início com o escape de Grindelwald (Johnny Depp) da prïsão, dando asas a seu plano de dizimar e escravizar a população não bruxa. Para tanto, o vilão procura recrutar aliados e aquele que considera sua arma principal: Creedence (Ezra Miller), bruxo poderoso por se tornar obscurial – força mágica das trevas parasitária, desenvolvida quando o bruxo tem sua magia suprimida. Ao mesmo tempo, o Ministério da Magia pretende assassiná-lo por enxergar nele uma ameaça. A auror Tina Goldstain (Katherine Waterston), no entanto, encontra maneiras de manter o jovem vivo.

E é atrás de Tina, seu quase romance do primeiro longa, que o protagonista Newt Scarmander parte. Mas o personagem não atua de maneira ativa na história principal e passa a ser mais um observador que conduz a narrativa. Entretanto, junto de suas criaturas mágicas, ainda é o responsável pelo tom cômico e descontraído do filme.

Embora toda trama principal gire em torno de Creedence, este também tem pouca ação em cena. Diferentemente do primeiro filme, a história e personalidade do bruxo deixam de ser desenvolvidas, perdendo a real importância. Neste sentido, as tramas paralelas ganham destaque, mas todas com o mesmo problema: pontos que se abrem e nunca encontram uma conclusão.

Com mais de duas horas de duração, o longa pode ser confuso para aqueles que não conhecem o mundo de Harry Potter, e definitivamente sem sentido se não assistido ao primeiro filme da série Animais Fantásticos. A produção não atua como obra autônoma, visto que a história apresentada não tem começo claro, e muito menos um fim. Justamente por isso tende a ser cansativo, sem que a trama se desenrole.

E talvez seja exatamente o que J.K pretenda, visto que tem contrato para mais três filmes da saga. Entretanto, a impressão que fica é a de que a história está escassa, e que a autora procura por plots inventivos e nostálgicos apenas para continuar a atrair o público fiel de Harry Potter.




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