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Governo de SP
João Doria é eleito governador de São Paulo com 51,75% dos votos
Do dgabc.com.br
Fábio Martins
28/10/2018 | 19:37
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Arquivo/Diário do Grande ABC


Atualizada às 23h30

O candidato do PSDB João Doria foi eleito governador de São Paulo com 51,75% dos votos contra 48,25%, de Márcio França (PSB). O resultado mantém a hegemonia tucana de 24 anos em São Paulo. Em clima de expectativa e com declarações sobre renovação no PSDB, militantes tucanos aguardaram resultado da eleição ao governo do Estado, em clube na Avenida Paulista. “Vamos enterrar essas múmias. O PSDB vai ter renovação, com Doria, Eduardo Leite (do Rio Grande do Sul), Bruno Covas (prefeito da Capital). Turma fala que é covista, mas o Mário Covas jamais viraria as costas (para Doria)”, disse um militante no microfone, referindo-se à Geraldo Alckmin, presidente nacional do tucanato. Doria avisou, em entrevista coletiva, que vai “continuar no PSDB”, apesar da fissura escancarada no partido durante o processo eleitoral. “Não sou filiado de ocasião. Me filiei há 18 anos e vou continuar”, disse.

Esse é o sétimo êxito seguido do tucanato ao Palácio dos Bandeirantes, mas desde 2002 não havia disputa acirrada ao cargo. Nas duas últimas, aliás, o PSDB ganhou no primeiro turno. Doria fez agradecimentos a Franco Montoro, Mário Covas, Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Aloysio Nunes, todos caciques do PSDB. Citou, ao ser questionado, que não recebeu ligações de felicitações de Alckmin e Fernando Henrique Cardoso. Alegou, na sequência, que os 10,9 milhões de votos conquistados na disputa o credenciam a pleitear liderança interna. “Logicamente que a correlação de forças muda. São Paulo tem maiores forças política e econômica do País. Naturalmente, haverá mudança. Respeito a história, líderes, os que já foram, os atuais, os que têm mandato, todos cumprem seus papéis, não vamos desrespeitar ninguém. Mas temos que compreender a voz do povo. O PSDB precisa sintonizar com o momento atual. São Paulo vai liderar isso, sem ofender, machucar a história de ninguém.”

O ex-prefeito da Capital reiterou que “acabou o muro”, referindo-se às posições da legenda. Mencionou que o PSDB dará apoio ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), ao frisar que terá reunião nesta semana com o capitão reformado. “Vamos apoiar a política econômica de Paulo Guedes. Defendo o liberalismo econômico.”

Integrante da coordenação da campanha de Doria, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), pontuou que a eleição foi dura, citando “visível divisão”. “O João teve performance pessoal muito boa, é determinado. Já havia dito que o PSDB precisa de reestruturação. Conseguimos vencer, só que, ao mesmo tempo, a população deixou recado que quer mais”, avaliou, ao destacar também o resultado obtido no Grande ABC. “O Márcio tinha direta ou indiretamente apoio do PT. E a eleição na região foi representativa. Mostra que o cinturão (vermelho) caiu.”

O coordenador regional do tucanato, Márcio Canuto, alegou que o isolamento se deu pelo desentendimento interno, porém que Doria “não desanimou” na campanha. “Teve prefeitos (do PSDB) que se venderam para o Márcio França em troca de emendas, projetos. No Grande ABC foi uma vergonha. Não vimos prefeitos e vereadores, com algumas exceções, como o Orlando. Não me procuravam para ajudar. Partido precisa ser repensado, ver quem são os traidores para limpar quem não tem compromisso.”

SECRETARIAS
Ao falar sobre governo, Doria disse que irá criar a Secretaria do Interior, apesar de antecipar que reduzirá o número de Pastas da estrutura administrativa estadual. Citou que a Pasta do Interior terá função essencial para captar recursos a partir da repactuação federativa, prometida por Bolsonaro. Questionado se vai chamar Alckmin para compor seu governo no alto escalão, o governador eleito assinalou que não avaliou ainda a situação, pontuando, no entanto, que “um homem que governou Estado três vezes, foi prefeito, deputado e que tem 42 anos de vida pública possui todas as habilitações”. “É um nome para ser lembrado sempre.”




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