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Acordo
Demitidos da Bartira recebem até R$ 4.000

Indenização será paga no próximo mês aos 300 trabalhadores dispensados na semana passada

Por Flavia Kurotori
Especial para o Diário
20/10/2018 | 07:29
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Nario Barbosa


Os 300 demitidos da Fábrica de Móveis Bartira, de São Caetano, aprovaram ontem em assembleia no Sintracom (Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário) da cidade proposta que determina pagamento, no mês que vem, de indenização conforme o tempo de casa do ex-funcionário – colaboradores com menos de um ano levam R$ 1.300, até sete anos, R$ 2.800, e, acima desse tempo de casa, R$ 4.000.

Embora o acordo não contemple os pleitos iniciais dos trabalhadores – tais como pagamento indenizatório equivalente a dez salários nominais, 12 cestas básicas e manutenção do convênio médico por um ano –, nem a oferta anterior da Bartira – três meses de convênio médico e cesta básica –, os demitidos avaliam que a decisão foi positiva. “Não foi bem o que esperávamos, mas deu tudo certo”, disse um deles, que pediu sigilo.

“A Bartira falou que não tinha como pagar mais e que esse valor era o máximo, porque a situação não vai bem”, relatou José Maria de Albuquerque, presidente do Sintracom. “Mas como em um mês ela está bem e, inclusive, reforma toda a fábrica, e no mês seguinte diz que está ruim?”, questionou. “É uma falta de respeito com quem se dedicou à empresa por mais de 20 anos, em alguns casos. É preciso valorizar o trabalhador.”

Em relação à readmissão imediata de pessoas que possuem problemas de saúde, estão em tratamento médico ou próximos à aposentadoria, que teriam direito à estabilidade, o sindicato afirmou que está negociando com a empresa. A Via Varejo, grupo responsável pela fábrica, garantiu que os casos de estabilidade previstos em convenção coletiva ou legislação serão mantidos, e outras situações serão analisadas individualmente.

Com a decisão, os dispensados descartaram a possibilidade de acampar em frente à primeira loja da Casas Bahia, onde também funciona a sede da Via Varejo, em São Caetano, conforme haviam ameaçado na semana passada no caso de a empresa não sinalizasse acordo. Do mesmo modo, o sindicato não irá solicitar mesa-redonda com mediação do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Segundo Albuquerque, o documento será assinado, oficialmente, na segunda-feira.

CONTEXTO - A Móveis Bartira demitiu 300 dos 1.600 empregados por telegrama na semana passada, quantia equivalente a um turno, restando dois. Os funcionários estavam em casa, em férias remuneradas, sob a justificativa de ajuste e balanceamento do estoque, motivo que também consta na carta enviada aos dispensados. A produção está 100% parada desde 1º de outubro, e será retomada em 5 de novembro.

Os operários, no entanto, não acreditam na queda da demanda da empresa e cogitaram, inclusive, que a fábrica havia sido vendida e os cortes fizessem parte do novo modelo de gestão ou, ainda, que a operação iria sair do município. Contudo, a Via Varejo negou as alegações.

Hermes Soncini, presidente do Sim ABC (Sindicato da Indústria de Móveis de São Bernardo e Região), salientou que, nos últimos anos, o setor moveleiro tem sofrido em todo País. “Quando as famílias têm um dinheiro extra, trocam de carro e não de móveis”, pontuou. “O orçamento da população está bem apertado, o que faz com elas (as pessoas) só comprem móveis em caso de necessidade.”

Os móveis Bartira são comercializados pela Casas Bahia e pelo Ponto Frio, pertencentes à Via Varejo, principal arrecadadora de ISS (Imposto Sobre Serviços) de São Caetano e a oitava no ranking de repasses de ICMS (Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) da cidade, conforme dados de 2017.
 




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